Vergalhões de obras e outros materiais que do lixo viraram boas ideias
Vergalhões de obras são os paletes do momento, o baratinho com mil e uma funções na decoração. Na mostra Morar Mais Por Menos 2015, aberta hoje em Campo Grande, eles são reaproveitados com diferentes utilidades, da adega à garagem.
As arquitetas Andrea Gomes e Fernanda Paes moldaram o ferro até chegarem ao suporte de vinhos por cerca de R$ 50,00, garantem. O espaço, de quase 8 metros quadrados, apresenta várias possibilidades com materiais que seriam descartados. Na parede, 1.5 mil rolhas foram cortadas em 9 mil lâminas para revestimento em contraste com tonalidades escuras. Mosaico de pedaços de espelhos é outra experiência no ambiente “Tiramos literalmente das caçambas de lixo para a Adega”, conta Andrea.
Na Sala Criação do Designer de Interiores, um escritório que mescla o clássico e o moderno, os vergalhões aparecem na mesa, como suporte do tampo de vidro.
A garagem de clima vintage, com vitrola tocando, também tem vergalhões tirados do ferro-velho. O que mais chama atenção no espaço é um Impala 1960, vermelho, com estofamento de couro creme, maravilhoso.
Mas a ideia bacana está ao fundo, em uma prateleira feita de vergalhões que cobre toda a parede. Em latas de tinta suspensas, as arquitetas Paula Magalhães e Gabriela de Marco colocaram o verde de plantas artificiais, mas a estrutura serve ao que a necessidade pedir. “Pode ser utilizada para guardar ferramentas, por exemplo”, diz Paula.
Paletes - Como a proposta é de mais por menos, a mostra esbanja paletes, os clássicos do estilo “faça você mesmo”. No quarto em homenagem ao músico Marcelo Loureiro, são a estrutura da cama, pintados de preto. No closet, janelas viraram molduras e organizadores.
Os paletes também são quase que material exclusivo no Espaço da Música. Ao ar livre, sobre o mosaico no piso cimentício, a madeira em cor natural recebe futons e é estrutura para a pequena horta.
Nas varandas, outra surpresa é a mistura de madeira de demolição e cadeiras de ferro. O encosto é retirado, a prancha de madeira é colocada sobre o assento e depois as partes da cadeira são novamente soldadas e pintadas. O resultado é divertido.
Deu trabalho o revestimento do Studio de Graciana Goedert, Paula Gobbo e Paula Orsi. As três recolheram restos de papéis de parede e transformaram em dobraduras que, além da textura, rendem paginações exclusivas.
Mas é na “Sala de Banho Delas” que está uma das soluções mais criativas da mostra. Eliseu Cordeiro Nicolini Jr. e Nino Catelan Mosena aproveitaram placas de zinco, descartadas pelas empresas de outdoors. Com o material, moldaram as cubas da pia dupla e revestiram paredes. “É um material extremamente barato e super resistente. Uma cuba de zinco não custa nem R4 200,00”, comenta Nino.