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Artes

Alunos de escola pública levam poesia da sala para comunidade

Turma quer discutir, declamar poesia e promover reflexões sobre a arte. Conteúdo estará disponível em live semanal

Alana Portela | 14/06/2020 07:11
Participantes do Slam Severa: Camilli Nunes, Eduardo Dutra, Gabriel Issagawa, Luis Fernando Pereira Taira, Dienny Vitoria, Fábio Mantovaneli, Renzo Escobar, João Vicente Ramalho, Helamã Reduá e Luciano Risalde. (Foto: Arquivo Pessoal)
Participantes do Slam Severa: Camilli Nunes, Eduardo Dutra, Gabriel Issagawa, Luis Fernando Pereira Taira, Dienny Vitoria, Fábio Mantovaneli, Renzo Escobar, João Vicente Ramalho, Helamã Reduá e Luciano Risalde. (Foto: Arquivo Pessoal)

Com lives semanais, Slam Severa quer mostrar a importância da poesia por meio de entrevistas, discussões e declamações. Os encontros on-line ocorrem toda segunda-feira, às 19h30, no perfil do Instagram dos artistas e do projeto. A proposta conquista os moradores de Campo Grande e agora ganha as redes sociais.

“Estamos desenvolvendo um projeto de entrevista através de live semanal. A programação tem o objetivo de discutir sobre a arte. Uma semana convidamos um poeta, noutra um professor para falar da escrita na poesia, tem músicos, professores de dança, pintores porque abordamos todos os tipos de arte”, diz Dienny Vitória Vieira da Rocha.

Aos 17 anos, ela criou o Slam Severa e hoje conta com o apoio de mais três amigos e poetas para dar continuidade a ideia. O grupo surgiu em 2017, em Campo Grande, através de uma proposta do Slam interescolar idealizado pelo Slam Campão Mato Grosso do Sul. “O projeto é realizado nas escolas e decidi trazer para a comunidade”.

No início, Dienny contou com o apoio dos pais e convidou artistas e poetas para reuniões em sua casa. “Os encontros ocorriam toda terça-feira no Jardim Presidente e uma vez por mês no Centro Comunitário do Campo Belo. Era escolhido um tema em conjunto e todos faziam suas poesias ou músicas com base naquele assunto”, explica.

Dienny Vitória Vieira da Rocha se apresentando antes da pandemia se espalhar em Campo Grande. (Foto: Arquivo pessoal)
Dienny Vitória Vieira da Rocha se apresentando antes da pandemia se espalhar em Campo Grande. (Foto: Arquivo pessoal)

“Após as declamações, cada artista tinha cinco minutos para se expressar sobre aquele tema. Os debates só ocorriam quando eram abordados temas mais fortes como violência ou racismo”, lembra. “A regra era declamar em três minutos, respeitando o local e evitando palavras que pudessem ofender o próximo, bebidas alcoólicas e lixo no chão. No final, era feito um lanche coletivo, com a ajuda de todos para ter comunhão entra a comunidade”.

Aos poucos, a proposta foi ganhando o público, principalmente do bairro Jardim Presidente e Nova Lima, e nasceu o Slam Severa. “O nosso objetivo é disseminar o amor através da poesia. Somos focados no amor, seja ele qual for”, afirma.

Desde março, as reuniões deixaram de ser presenciais e passaram a ocorrer por lives. Para a estudante, a poesia é necessária. “É o sentimento de levar o amor através da arte, é a necessidade de se discutir sobre diferentes assuntos com pessoas de personalidade e pensamentos diferentes”, destaca.

Denise Vieira dos Santos da Rocha é professora e mãe de Dienny, e comenta sobre o motivo que a fez ajudar a filha abraçar o projeto. “Tem capacidade, desde pequena sempre teve um lugar de fala eficiente. Resolvi incentivar porque é um dom que poucas pessoas têm”, afirma.

“Quando precisou fazer um evento maior, eu e meu esposo, conversamos com o líder comunitário do bairro e solicitamos o uso do espaço comunitário. Foi um evento interessante, como mãe fico orgulhosa, pois ela é bem dedicada”.

Além disso, o projeto tem contribuído no desenvolvimento de Dienny. “Sempre foi tímida, quando se envolveu com o Slam não perdeu essa timidez, mas colocou a força na poesia e isso a deixa feliz”, destaca a mãe.

Dienny Vitória recitando poesia num dos encontros presenciais do Slam Severa, antes de março de 2020. (Foto: Arquivo pessoal)
Dienny Vitória recitando poesia num dos encontros presenciais do Slam Severa, antes de março de 2020. (Foto: Arquivo pessoal)

Luis Fernando Pereira Taira é um dos amigos que ajuda Dienny na liderança do Slam Severa. Aos 20 anos, ele é conhecido por China e sempre escreveu poesias. “Quando soube do grupo, achei muito bacana e resolvi entrar de cabeça. A poesia se torna uma forma de desabafo pessoal. Costumo fazer poesia reflexiva sobre o tempo”, declara.

Ele morava em Campo Grande, mas se mudou para o Japão há algum tempo. Contudo, mesmo distante, não deixa de participar do grupo. “Com a tecnologia atual, não acho que seja tão diferente a minha participação. De ambos os lugares, estaria atuando da mesma forma, virtualmente”.

Na segunda-feira, 15 de junho, o grupo realiza a live com o artista Luciano Risalde. Ele é ator, humorista e também poeta de Campo Grade, e vai entrar num bate-papo com a galera. A entrevista pode ser acompanhada através do perfil @slamsevera.

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