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Artes

Após 35 anos, grupo transforma galpão em teatro na periferia

Nova casa irá abrir as portas ao público nesta quarta-feira (26) com o espetáculo “Guardiões”

Aletheya Alves | 26/04/2023 07:40
Barracão passou por várias adaptações até se tornar a sede do teatral. (Alex Machado)
Barracão passou por várias adaptações até se tornar a sede do teatral. (Alex Machado)

Há 35 anos, o Teatral Grupo de Risco foi um dos primeiros a criar sua própria sede e, até 2022, manteve a história no mesmo local. Agora, se reinventando na periferia de Campo Grande, os artistas transformaram um galpão em teatro para os novos capítulos da história.

Finalizando os últimos ajustes para receber o público, Fernanda Kunzler, Yago Garcia e Lú Bigatão receberam a reportagem para contar sobre as transformações. E, nesta quarta-feira (26), o teatro abre as portas para o espetáculo “Guardiões”.

Mais do que simplesmente transportar os equipamentos de um endereço para outro, eles contam que o espaço no Jardim Paulista envolve uma nova ambientação dos sentimentos.

“A antiga sede foi o espaço em que eu tive meu primeiro emprego, toda a história foi lá. Então, além de precisar retirar os objetos, a gente precisou entender que era necessário se despedir”, conta Fernanda. E, tendo aceito o desafio, ela narra que estruturar a atual sede tem sido mais uma parte da trajetória.

Pensado como um teatro de bolso, o local na Rua Trindade consegue receber cerca de 100 pessoas para cada espetáculo. E, tendo em mente que a quantidade de público era uma das necessidades, Fernanda comenta que encontrar o local também não foi fácil.

Fernanda comenta que a mudança envolveu mais do que um transporte de objetos. (Alex Machado)
Fernanda comenta que a mudança envolveu mais do que um transporte de objetos. (Alex Machado)
Yago estreia com novo espetáculo na sede logo no início de maio. (Alex Machado)
Yago estreia com novo espetáculo na sede logo no início de maio. (Alex Machado)

Resumindo sobre o que é necessário para o teatro existir, a atriz comenta que a altura do pé direito, espaço para inserção de luzes, disponibilidade para receber a arquibancada e maleabilidade para adaptação da estrutura eram coisas básicas. E, é claro, um valor que fosse acessível de aluguel também não ficou de fora.

Por ser um grupo independente, o teatral é quem de uma forma ou de outra precisa se bancar. De acordo com Fernanda, cada integrante ajuda como pode e, em situações como a mudança, acaba tirando do próprio bolso para tornar as ideias reais.

“Nós não temos uma política pública específica para espaços físicos de teatro, por exemplo. Temos outros investimentos e editais, mas não para essa função”, explica Kunzler.

E, na prática, Yago comenta que além dos equipamentos usados para as peças, decidir o que faria parte da nova etapa também entra na conta. “É o momento de você decidir se tudo o que está lá vai continuar. Não é fácil, mas vai sendo necessário”.

Arquibancada consegue suportar cerca de 100 pessoas para espetáculos. (Alex Machado)
Arquibancada consegue suportar cerca de 100 pessoas para espetáculos. (Alex Machado)
Ambiente recebeu tintura e iluminação nos últimos meses. (Alex Machado)
Ambiente recebeu tintura e iluminação nos últimos meses. (Alex Machado)

Agora, com o principal já adequado, ele brinca que ainda há muito para percorrer. “Nós ajustamos muita coisa, pintura, organização, padrão para luzes, enfim. Talvez nunca fique totalmente finalizado, mas já está ficando ótimo”, brinca.

Sobre a alteração geográfica, ele também detalha que o teatro se tornará acessível para novos públicos. “Nós queremos essa proximidade do teatro com as pessoas, isso sempre foi nosso foco. Então, aqui vamos continuar com essa ideia”.

Reafirmando o que os outros artistas pontuaram, Lú Bigatão completou a reflexão explicando que ter uma sede é um dos grandes diferenciais para quem é do teatro. “Você vê a sede como uma segunda casa porque tem para onde ir, sabe onde vai ensaiar. Quando nós começamos, poucos grupos tinham isso e hoje já é algo mais comum”.

Conheça o espaço e os espetáculos

Gratuitos e com intérprete de Libras, o Teatral Grupo de Risco está com dois espetáculos marcados. Nesta quarta-feira (26) e quinta (27), o espetáculo Guardiões será apresentado. Já nos dias 05 e 06 de maio é a vez de Tesoura, sendo todos às 19h30min.

Encenado por Fernanda Kunzler, Yago Garcia e João Bosco Echeverria, a direção de Guardiões é de Roma Román com dramaturgia de Lú Bigatão Rios e cenografia de Márcia Gomes.

Na pela, o Pantanal é retratado a partir dos impactos e consequências da ocupação humana. Se sentindo em desequilíbrio em conjunto ao meio ambiente, enfrentam dificuldades como consequências.

Já Tesoura, com classificação indicativa de 16 anos, terá sua estreia em maio, sendo de autoria de Yago Garcia, direção de Ewerton Goulart. Em cena estarão Yago e Fábio Umeda.

Segundo o autor, a trama discute sobre dois personagens envolvidos em desejo, violência e repulsa. Enquanto Mauro tem medo de envelhecer, Sebastian ainda está descobrindo sua sexualidade.

Inspirada em Plínio Marcos, dramaturgo estudado por Yago, a peça irá trazer sensações próximas aos personagens com linguagem dura e crua.

A nova sede fica localizada na Rua Trindade, número 401, Jardim Paulista.

Confira a galeria de imagens:

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