Bandas liberam músicas para download, mas mesmo assim lutam para gravar CD
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Em tempos de downloads gratuitos e facilidade para acessar produções musicais, ainda tem bandas que enfrenta editais e concorrência para conseguir gravar um CD. O caminho que era quase certo para o sucesso, hoje é para garantir um "brinde".
As bandas Jennifer Magnética e Naip são dois exemplos. Ambos tiveram os projetos aprovados este ano pelo Fundo de Incentivo à Cultura e conseguiram R$ 21 mil cada, para gravar CD.
Os meninos da Jennifer Magnética vão entrar em estúdio para a gravação do 3º trabalho, o “Nascimento dos Planetas”, projeto com 12 músicas inéditas.
Ciente de que o CD físico hoje não tem valor de mercado, o vocalista avisa que tudo será disponibilizado na internet e o CD acabará como um produto de marketing.
“Não tem o valor, que tinha antes. Temos que disponibilizar, é uma maneira do público conhecer o trabalho. Difundir as músicas da banda e da gente conseguir shows”, diz Jean Stringheta.
Em 2010, com recursos próprios, eles gravaram o disco “O Verdadeiro Underground”, com apenas 4 faixas e que custou ao grupo R$ 4 mil.
O trio de músicos da Jennifer Magnética entrou no cenário “underground” regional em 2007, e de estreia, logo lançou o disco “Placenta”. Além de Jean no vocal e na guitarra, Rodrigo Faleiros está no contra-baixo e Diogo Zarate na bateria.
Para quem espera novidades do grupo, a banda promete “soltar” uma prévia do que vai ter no novo disco. Todo o material já produzido pela banda pode ser acessado no site www.jennifermagnetica.com.br.
O trabalho de contrução do CD vai durar 8 meses, cerca de 200 horas em estúdio, para mil CDs. Jean conta que em um ano foram criados três projetos diferentes para conseguir enfim um patrocínio para gravarem.
O pop rock da banda Naip voltou aos palcos da Capital depois de uma pausa de 10 anos. Há um ano com novo pique, a banda escreveu canções e agora foi beneficiada pelo FIC, para gravar o 2º CD.
Foram encaminhadas junto com o projeto de seleção as músicas “O disco” e “Aliança”, que desde o ano passado já aparecem no repertório da banda, que é formada pelos irmãos Rafael Coelho (baixo) e André Coelho (teclado), Guga Borba (voz/guitarra), Alexandre Deco (bateria), Hudson Bonfim (guitarra) e Rodrigo Faleiros (loops e programações eletrônicas).
Toda o trabalho e dedicação que a gravação de um CD precisa hoje já não tem como recompensa o sucesso, que já foi tido como um sinônimo para alcançar a fama. “É mais um souvenir para quem é fã de verdade”, diz Guga.
Para ele, o CD se tornou importante pela gravação de qualidade, não pelo produto, que logo será convertido em outros formatos, como o MP3.
O vocalista juro que hoje o foco da banda não é alcançar a fama que já foi o ideal no começo e sim se divertir. “Este é um novo momento, crescemos. Agora preferimos ter um equipamento de qualidade, ter um bom som. Sucesso é consequência de um bom trabalho”, comenta
Serão gravadas 12 faixas, e a previsão é de que o trabalho fique pronto em até 6 meses.