Carta apresentada une Academias de Letras por mais leitura no país
Documento foi apresentado nesta sexta-feira (20) em evento da academia sul-mato-grossense
Mais do que prédios que reúnem escritores chamados de "imortais" em cada Estado, as Academias de Letras estaduais estão dispostas a mostrar que vão se movimentar mais para estimular a leitura. Uma das iniciativas nesse sentido sai de um documento assinado durante congresso da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, em Campo Grande, nesta sexta-feira (20).
"É a 'Carta de Campo Grande', que tem várias apostas colocadas para a organização, a solidificação e o trabalho dessas academias junto aos seus setores de educação e de cultura", anunciou presidente da entidade de Mato Grosso do Sul, Henrique Medeiros. Ele é um dos 17 titulares estaduais que se compromete a fazer valer o que diz o documento.
Entre as propostas consideradas mais relevantes pelo próprio presidente, está a disponibilização de obras gratuitas em PDF, de todos os escritores membros de cada Academia. "São 40 escritores acadêmicos em cada Estado, fora os saudosos 'imortais'. Fazendo a conta, serão milhares de livros disponibilizados", ressalta Medeiros.
Outra importante é a reinclusão da Literatura como disciplina obrigatória na grade curricular das escolas do ensino básico. Segundo Medeiros, ela oportuniza "humanizar" a formação de crianças e adolescentes, e as academias irão se articular para que não seja deixada de lado na educação.
Mais envolvimento - Em meio aos demais compromissos citados na carta estão: afastar qualquer tipo de preconceito e discriminação nas Academias; realizar congressos como o que ocorreu na Capital de Mato Grosso do Sul a cada dois anos; e encontrar formas mais diversas de, enquanto instituição, interagir mais com a sociedade.
Acompanhou as discussões do congresso e a leitura da carta o membro da Academia Brasileira de Letras, Ricardo Cavaliere. "Acho que é uma iniciativa válida a carta, pois fala de interesses comuns das academias. Sinto que há uma vontade muito grande de que problemas sejam resolvidos, para que as academias tenham maior representatividade em seus respectivos estados e também em âmbito nacional", ele comentou sobre o documento.
Membro da Academia Sul-mato-grossense de Letras e ex-senador, Pedro Chaves dos Santos Filho mediou a última discussão do congresso. Ele acrescenta que a colaboração entre academias estaduais e até a vinda de um acadêmico nacional foram vistas raras vezes.
"É raríssimo. Você vai nas academias estaduais, mas nunca vê os acadêmicos da Academia Brasileira de Letras saírem do Rio de Janeiro. É difícil. A maioria é de lá, mas também temos acadêmicos do Nordeste, e de São Paulo, por exemplo", aponta o ex-senador.
Pedro Chaves também quer ver as academias atuando mais pela leitura entre a população. "Elas estão cumprindo suas funções ou simplesmente são prédios que o pessoal passa e há pessoas fazendo a identidade? O último congresso desse ocorreu há dez anos atrás, por exemplo. Então, esse nosso está de parabéns", pontuou.
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