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Artes

Carta apresentada une Academias de Letras por mais leitura no país

Documento foi apresentado nesta sexta-feira (20) em evento da academia sul-mato-grossense

Por Cassia Modena | 20/10/2023 18:31
Lê a carta a vice-presidente da Academia Sul-mato-grossense de Letras e ex-senadora Marisa Serrano (Foto: Alex Machado)
Lê a carta a vice-presidente da Academia Sul-mato-grossense de Letras e ex-senadora Marisa Serrano (Foto: Alex Machado)

Mais do que prédios que reúnem escritores chamados de "imortais" em cada Estado, as Academias de Letras estaduais estão dispostas a mostrar que vão se movimentar mais para estimular a leitura. Uma das iniciativas nesse sentido sai de um documento assinado durante congresso da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, em Campo Grande, nesta sexta-feira (20).

"É a 'Carta de Campo Grande', que tem várias apostas colocadas para a organização, a solidificação e o trabalho dessas academias junto aos seus setores de educação e de cultura", anunciou presidente da entidade de Mato Grosso do Sul, Henrique Medeiros. Ele é um dos 17 titulares estaduais que se compromete a fazer valer o que diz o documento.

Entre as propostas consideradas mais relevantes pelo próprio presidente, está a disponibilização de obras gratuitas em PDF, de todos os escritores membros de cada Academia. "São 40 escritores acadêmicos em cada Estado, fora os saudosos 'imortais'. Fazendo a conta, serão milhares de livros disponibilizados", ressalta Medeiros.

Presidente da academia sul-mato-grossense, Henrique Medeiros (Foto: Alex Machado)
Presidente da academia sul-mato-grossense, Henrique Medeiros (Foto: Alex Machado)

Outra importante é a reinclusão da Literatura como disciplina obrigatória na grade curricular das escolas do ensino básico. Segundo Medeiros, ela oportuniza "humanizar" a formação de crianças e adolescentes, e as academias irão se articular para que não seja deixada de lado na educação.

Mais envolvimento - Em meio aos demais compromissos citados na carta estão: afastar qualquer tipo de preconceito e discriminação nas Academias; realizar congressos como o que ocorreu na Capital de Mato Grosso do Sul a cada dois anos; e encontrar formas mais diversas de, enquanto instituição, interagir mais com a sociedade.

Acompanhou as discussões do congresso e a leitura da carta o membro da Academia Brasileira de Letras, Ricardo Cavaliere. "Acho que é uma iniciativa válida a carta, pois fala de interesses comuns das academias. Sinto que há uma vontade muito grande de que problemas sejam resolvidos, para que as academias tenham maior representatividade em seus respectivos estados e também em âmbito nacional", ele comentou sobre o documento.

Membro da Academia Sul-mato-grossense de Letras e ex-senador, Pedro Chaves dos Santos Filho mediou a última discussão do congresso. Ele acrescenta que a colaboração entre academias estaduais e até a vinda de um acadêmico nacional foram vistas raras vezes.

Pedro Chaves dos Santos Filho fala ao microfone (Foto: Alex Machado)
Pedro Chaves dos Santos Filho fala ao microfone (Foto: Alex Machado)
No último dia de congresso, na Capital (Foto: Alex Machado)
No último dia de congresso, na Capital (Foto: Alex Machado)

"É raríssimo. Você vai nas academias estaduais, mas nunca vê os acadêmicos da Academia Brasileira de Letras saírem do Rio de Janeiro. É difícil. A maioria é de lá, mas também temos acadêmicos do Nordeste, e de São Paulo, por exemplo", aponta o ex-senador.

Pedro Chaves também quer ver as academias atuando mais pela leitura entre a população. "Elas estão cumprindo suas funções ou simplesmente são prédios que o pessoal passa e há pessoas fazendo a identidade? O último congresso desse ocorreu há dez anos atrás, por exemplo. Então, esse nosso está de parabéns", pontuou.

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