Chitãozinho e Xororó vão lançar novo CD que fala do Brasil e de Bonito
Comemorando 40 anos de carreira, Chitãozinho e Xororó, uma das duplas sertanejas mais conhecidas do Brasil, esteve em Campo Grande neste sábado (6), em show da turnê “Na Estrada”. A apresentação foi no Ondara Palace, espaço de festas no Parque dos Poderes.
Antes, em entrevista coletiva à imprensa, realizada na Ford Caminhões, empresa que fechou parceria com a dupla, os irmãos falaram da turnê pelo Brasil, do sucesso já consolidado, dos projetos para o ano e da influência na nova safra de cantores sertanejos.
Em 2013, eles continuam com a turnê “Na Estrada”, mas vão lançar, “em poucos dias”, um novo CD, que vai se chamar “Do tamanho do nosso amor”.
“É o nome de uma música que fala de vários lugares, pontos turísticos do Brasil, inclusive a cidade de Bonito, no Mato Grosso do Sul”, contou Xororó.
No meio do ano, a dupla também pretende montar outro show para rodar o Brasil. Com relação a projetos internacionais, os sertanejos ainda não têm planos, mas para o futuro esperam um disco em espanhol.
Pioneiros no sertanejo, eles conquistaram o Brasil e ganharam uma legião de fãs. Com o sucesso, tornaram-se referências para a garotada mais nova que gosta do estilo, mas, por estratégia comercial ou preferência, acabaram apostando no “ritmo universitário”, a exemplo dos sul-mato-grossenses Luan Santana, Michel Teló e o casal Maria Cecília e Rodolfo, que conquistaram o mundo.
Chitãozinho e Xororó, assim com outros cantores “das antigas”, sabem que servem de “modelos” e continuam a influenciar uma geração, mas eles agradecem a oportunidade de perpetuar o estilo, apesar das “mudanças”. Para os cantores, o sertanejo universitário, que virou moda em todo lugar, tem o seu valor.
Na avaliação de Chitãozinho, a nova onda “trouxe a juventude para cantar música sertaneja, que já estava enraizada no coração e na essência”, não só dos cantores, mas do público.
Dentre os pontos positivos evidenciados pelo cantor, destacam-se o ritmo, a “batida” mais animada, a letra e até os instrumentos utilizados. “Trouxe de volta o acordeon. A música hoje é mais dançante, mais gostosa. Não é aquela coisa de lamento. A maneira de falar é mais direta com o público”, disse.
“As músicas são mais comerciais, mas são realmente músicas sertanejas”, completou Xororó, que também vê com bons olhos o estilo. Provando que o “universitário” ganhou espaço, o artista citou uma viagem que fez à Suiça. “O Michel estava tocando muito nas rádios de lá”, afirmou.
Na visão dos sertanejos, o sucesso é consequência e depende da dedicação e competência de cada um. Qualidade é essencial, ressaltou Xitãozinho, mas a seriedade, responsabilidade e o cuidado com a carreira não deve ficar de lado. Isso independe da forma de fazer música.
A dupla Gilson e Júnior, que acompanhou a coletiva, aplaudiu as considerações feitas por Chitãozinho e Xororó e ressaltou que o sertanejo universitário, avaliando o cenário atual, tem público e é mais viável comercialmente.
“Todos os discos que gravamos fizemos com esses arranjos. Não podemos focar só no sertanejo raiz porque o público realmente é menor, bem menor”, disse Júnior. “É uma comercio. A gente tem que encarar assim”, completou.
Apesar disso, Gilson diz que ainda tenta inserir o “antigo” nas apresentações que faz. Como a maioria das duplas, insere no repertório o “momento do modão”.
Apesar do sucesso que a música raiz faz, ressaltou Júnior, ninguém pode negar que o “universitário” veio para ficar. “É um movimento, da mesma forma como foi no passado, com a Tropicália e a Jovem Guarda”, disse.
Ouça a música “Do Tamanho do Nosso Amor”, que vai estar no novo disco da dupla.