Com 18 atrações, intensivão circense ensina ser palhaço e garante gargalhadas
Peças "Ambulante", "A Andarilha" e "O Circo de um homem só" estrearam os palcos nesta quarta-feira
Depois de uma semana de preparação e oficinas, finalmente, o público prova do talento de artistas de oito estados do Brasil. O palco da 7ª edição da Pantalhaços estreou com estilo, nesta quarta-feira (3), com os espetáculos “Ambulante”, “A Andarilha” e o “O Circo de Um Homem Só”.
A parte das atrações começou ontem, mas a Mostra de 2019 teve início na semana passada com oficina de palhaçaria em nível intermediário, oficina inédita no Estado relacionada à segurança no circo e nesta quinta-feira (4) oficina para iniciantes.
Nesse período também ocorrem mesas para discutir a palhaçaria. Para o diretor do Circo do Mato, Mauro Alves Guimarães, um dos organizadores da Mostra, são duas semanas voltadas a formação, discussão, pesquisa, registro e também para a apreciação.
“É palhaço para mais de metro. O bacana é que se trata de um momento que a gente precisa rir. Enquanto a dupla está interagindo e fazendo rir, ela se sente realizada. Enquanto o mundo está no caos e preocupado em pagar conta, o palhaço quer fazer rir. É, simples. Mas é essencial. Se a gente não consegue resolver de outras formas, o palhaço resolve na brincadeira. Ele mostra a parte “ridícula” dele para que as pessoas se divirtam”, ressalta Mauro.
O que é vendido? - Durante o espetáculo “Ambulante”, os personagens Ououou [Elaine Guarani] e Figura [Augusto Figliaggi] fazem de uma barraquinha de rua um “point” para realização de sonhos. Os artistas encenam diversos tipos de vendedores, dos desesperados aos que imploram compaixão.
A todo momento os dois contadores de história destacam os “sonhos” e até apostam na venda informal durante a peça, com o soprador de sonhos [um canudo] e o localizador de sonhos [uma espécie de detector de metal em formato de estilingue].
Durante todo o enredo, os personagens não deixam explícito o que realmente estão vendendo e, segundo Augusto, essa parte fica por conta da imaginação.
“Se falarmos perde um pouco de sabor, mas também tem a ver com sonhos. Fica essa dúvida sobre o que está sendo vendido: os produtos ou as histórias. Porque as vezes o importante são as histórias que a gente compartilha com as pessoas. Na vida é assim”, pontua Augusto.
“São dois contadores de história que estão tentando sobreviver. Uma sobrevivência que pode ser de uma venda física a partir do momento que ele pega um produto e o transforma em alguma coisa, para se alcançar um sonho ou talvez apenas para sobreviver. Fica nessa mistura sobre o que está sendo vendido”, finaliza Elaine.
Hoje (4) Duba Becker e Helena Figueira (SP) ministram uma vivência para quem se interessa em aprender algumas das principais linguagens da palhaçaria clássica.
Organizado pelo Circo do Mato em conjunto com a cia. de teatro Flor e Espinho, a mostra foi contemplada com recurso do FMIC (Fundo Municipal de Investimentos Culturais), da Prefeitura Municipal de Campo Grande e conta com o apoio do Governo do Estado por meio da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul.
Com a Pantalhaços, Campo Grande se insere no circuito internacional dos festivais de palhaçaria. "A cidade ganha mais alegria, mais diversidade cultural, além de configurar para a sociedade como um todo numa oportunidade de verem grandes mestres de renome internacional", aponta Anderson Lima, um dos organizadores do evento e diretor da cia. de teatro Flor e Espinho.
A aposentada Sandra Mari Pereira, de 59 anos, até participou da compra dos “produtos”. “Espetáculos como esse são muito importantes, por primeiro trazer alegria e interação entre a sociedade e proporcionar o contato da comunidade com a arte. E no meio de tantos problemas a gente tem de rir. Se não a gente morre. O sorriso se transforma em esperança”, pontua.
Lira Francisca de Souza, de 31 anos, trabalha como babá de um casal de irmãos, Caique, de 8 anos, e Kemily de 6 anos. Os dois se divertiram muito e nunca tinham assistido a um espetáculo circense. “Hoje, mesmo, não tínhamos nada para fazer e decidi trazer eles. Deu para se divertir e rir”, disse.
Confira a programação:
5ª feira (4 de julho)
13h
Mesa – Estética e Política?
Circo do Mato
16h
Piruá de Circo
Tropa Trupe (RN)
EMEI Cordeirinho de Jesus
19h
Clov’s o Internacionável
Teatro Lá Nos Fundos (SC)
Teatro de Arena Orla Morena
20h
Cola Show
As Inigualáveis Irmãs Cola (SP)
Teatro de Arena do Horto
22h
Travessias
Seres de Luz Teatro (SP)
Teatral Grupo de Risco
6ª feira (5 de julho)
13h
Mesa – Riso Pra Quê?
Circo do Mato
18h
Compilação Suno
Cia Suno (SP)
Arena do Horto Florestal
19h
Brisa’s Beach
Palhaç Brisa (MG)
Orla Morena
20h
Tomate, Puro Tomate
Tomate Clown (ARG)
Arena do Horto
22h
Animo Festas
La Cascata Cia Cômica (SP)
Teatral Grupo de Risco
Sábado (6 de julho)
10h
Palhasseata
Concentração no Centro Cultural José Octávio Guizzo
11h
Tremde Doido
Palhaço Gabinete
Centro Cultural José Octávio Guizzo
11h30
Tradicional Pocket Show
Circo Le Chapeau (MS)
Centro Cultural José Octávio Guizzo
19h
Circo do Só Eu
Esio Magalhães Barracão de Teatro (SP)
Arena do Horto Florestal
20h
Cabaré de Palhaç@s
Arena do Horto Florestal
Domingo (7 de julho)
18h
Delírios de Nito e Outros Devaneios
Palhaço Nito
Arena do Horto Florestal
19h
Xulé a La Carte
Trupe Arlequin (PB)
Arena do Horto Florestal
20h
Circo dos Irmãos Saúde
Teatro Artetude (DF)
Arena do Horto Florestal
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