Com bugrinhos de Conceição, galeria reúne arte de MS e área ainda atende eventos
Das irmãs Maria da Graça e Zulmira, o empório que leva o nome da mãe, dona Olinda, é de querer morar. Ao mesmo tempo em que é galeria, também pode abrigar eventos, desde palestras até um charmoso chá de bebê. Em Bonito, o local já passou por dois endereços, incluindo a Pilad Rebuá, mas se encontrou mesmo ali, na 15 de Novembro, onde já foi restaurante.
Dona Maria da Graça Amaral Silva é quem acompanha o Lado B na visita. Conhecemos o espaço durante o festival de gastronomia Cata Guavira, sediado no Empório Olinda. Enquanto as paredes, chão e teto são tomados pela arte à venda, quem realiza eventos ali também tem todo acervo como decoração particular.
"Começou aqui na esquina, foi na Pilad Rebuá e depois deste Carnaval é que viemos para cá", conta Maria da Graça. A trajetória da galeria completou em 2016, nove anos.
Inicialmente construído para ser restaurante, depois de vendido o espaço abrigou eventos, mas ganhou restrições dos bombeiros por ser todo de madeira. Um charme à parte e que rende hoje todo aconchego para o empório.
O acervo reúne toda arte que representa Mato Grosso do Sul. Numa mesinha de canto, talvez esteja o que é de mais estimado valor: os bugrinhos de Conceição dos Bugres em três tamanhos e um exemplar feito pelo neto, Mariano, o filho de Ilton Silva.
"É da antropóloga Yara Penteado. Ela tem um acervo particular e nós temos uma parceria, porque Bonito é um lugar que favorece mostrar a arte do Estado para os brasileiros de um modo geral", acredita Maria da Graça.
Dos bugrinhos, Maria da Graça tem todo um histórico que volta à cabeça. "Depois que Conceição morreu, só quem tem os bugrinhos pode vender, por isso é um valor assim", explica. As peças estão de R$ 1 mil até R$ 5 mil.
"E vem turista do Rio de Janeiro que fica emocionado. Já teve uma visitante, que na pesquisa de pós-doutorado dela em figureiras, não se conformava de nunca ter chegado a Conceição. Para a gente ver como fica fechado e interna a produção", observa.
Dona Maria é baixinha de voz doce, amiga e apaixonada pelas Artes. Viu, desde a abertura da galeria, o passado que ela tanto gostava e se dedicava voltar à tona.
"Eu estudei Artes, foi a minha primeira formação. Trabalhei na Secretaria de Educação do Estado, viajei para aldeias, comunidades ribeirinhas, assentamentos e quando me aposentei, ter começado a loja foi voltar lá", narra.
Pelas paredes, telas de Tom Barbosa, Patricia Helney, os ipês de Isaac de Oliveira, Ilton Silva, Jorapimo, Humberto Espíndola e tantas outras. "De um modo geral, quem vem a Bonito, já viajou para o Nordeste todo, para o Sul e fora do País. Eles não conhecem a nossa região, a gente sempre tem que falar: Mato Grosso DO SUL, mas aqui eles se surpreendem com o colorido, a importância e a qualidade do trabalho dos artistas.
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