Com tattoo, grafite e vídeo mapping, estúdio une talentos que se acharam na arte
Natacha Miranda e Sol Ztt. Amigas há pouco mais de um ano que se encontraram na Arquitetura e uniram talentos num estúdio que tem cor e história. Na Orla Morena, o Pele e Muro reúne o que as duas fazem de melhor: tatuar, grafitar e criar vídeo mapping.
Aos 43 anos, Natacha se realizou na terceira faculdade, quando foi fazer Arquitetura. Dois anos antes dela ingressar na UFMS, Sol já tinha entrado, mas voltou uns semestres depois de passar um ano na Itália, pelos Ciências Sem Fronteiras.
"Quando voltei, fui para a turma dela. A gente fez um trabalho de projeto ali e ficamos amigas para caramba, foi um mês direto", conta Sol Ztt, de 25 anos. "A arquitetura une as pessoas", completa Natacha.
Os talentos - Sol começou a tatuar em maio de 2015, depois que viu que os desenhos que fazia desde criança poderiam ser gravados na pele. Sem saber como comprar os equipamentos, bateu à porta de vários tatuadores da cidade e foi recebida no Studio Art Louis, onde não só aprendeu sobre a máquina como fez um estágio de três meses.
Natacha é grafiteira praticamente desde a infância. Ainda na escola das freiras, ela e os irmãos grafitaram um dos muros. A polícia foi acionada, ela e o caçula correram, mas o outro foi pego. Em casa, o pai entendeu como arte e se eles queriam 'pichar' que fosse o grafite, dentro de casa.
"Eu sempre mexi com grafite, mas era com os trabalhos que apareciam, pista de skate, quarto de alguém", conta.
Na faculdade, Natacha já pesquisava vídeo mapping quando o tema despertou interesse de Sol. As duas assinaram junto do grupo a projeção no último Festival da América do Sul, em Corumbá, além de apresentações na Morada dos Baís. Enquanto Natacha segue a interação com espaços públicos, Sol trabalha a ressignificação do Patrimônio Histórico.
Ateliê - Como tatuadora, Sol começou a atender em casa e quando o espaço foi ficando pequeno, ela comentou com a amiga que pensava em alugar e fazer do imóvel ponto de várias coisas. Depois de uma escada com degraus que põem à prova qualquer joelho, se chega à casa. Sala, dois quartos, cozinha, área de serviço e uma simpática varanda que já acolheu muito quem virou a madrugada estudando.
Um quarto foi transformado no estúdio de tatuagem de Sol, o outro é destinado ao grafite de Natacha, inclusive para a tinta americana 94, que aqui a grafiteira revende. A sala é de todo mundo e a cozinha, ponto de apoio quando a dupla leva a turma da faculdade para estudar.
O nome veio de uma conversa informal entre amigos. "A gente estava escolhendo e pensou, pela localização, em ser 'canto de quina', por ser na esquina da quadra, mas aí mandei zoando: 'pele e muro' e acharam massa", explica Sol.
Pele de tatuagem, muro de grafite. Em resumo, são essas as duas atividades principais do ateliê. "Além do vídeo mapping que não deixa de ser muro e pode ser pele também", corrige Natacha. E quem frequenta? Amigos e clientes.
Como extensão da casa delas, Pele e Muro é onde as duas se encontram para receber amigos, sentir a paz que precisam e a inspiração para brincar com a criatividade.
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