Do tatuador ao palhaço, grupo faz bairro Amambai respirar cultura no domingo
É mais uma iniciativa para recuperar a vocação cultural da região mais antiga de Campo Grande.
Do palhaço ao grafiteiro, do tatuador ao músico, do poeta ao artista plástico, todos os tipos de arte e artistas estiveram presente ontem, no Genuíno Arte e Destilaria, no evento ''Convergência das Artes'', idealizado pelo poeta e jornalista Rafael Belo.
Na parceria, pessoas como Karina Marques, Arthur Rostey, Pedro Espindola, Rebéca Casal Leite, Verô, Pietro Luigi, Ruth Barros e até o palhaço Gabinete fizeram com que o bairro Amambai respirasse arte. É mais uma iniciativa para recuperar a vocação cultural da região mais antiga de Campo Grande.
''Há anos eu estou nesse meio das artes, com minha veia pulsando literatura, e sonhava em fazer um evento que reunisse um pouco de tudo. O sonho adormecido voltou a criar forma quando eu comentei com dois amigos meus, o Pedro Espíndola e o Gustavo Vargas, dessa intenção e na hora eles me incentivaram'', explica Rafael. Aline Dias, dona do bar, topou ceder o espaço de graça a Rafael, pois os dois vinham combinando de fazer um evento só de poesias.
E quem compareceu ao evento pode sentir o quanto uma arte, por mais abstrata que seja, dialoga com a outra. O feminino como linguagem e reflexão, por exemplo, era um tema presente tanto nas artes expostas nas paredes do bar, como é o caso da série de desenhos da professora Verô, com sua poética feminista, como na dança, com apresentação do Grupo Bailah.
O pequeno espaço interno do Genuíno era mutável: ora tinha cadeiras para que o público pudesse curtir o som vindo de Karina Marques, Pedro Espíndola, e de tanto outros músicos que se apresentaram ali, ora eram retiradas para abarcarem os passos do samba de gafieira da dupla Priscila Bueno e Paulinho Oliveira.
"Nossos artistas não devem nada para artistas globais, ou para aqueles de São Paulo. Temos qualidade, temos muita gente vivendo cultura na nossa cidade, e esse evento é importante pra mostrar isso. E pra reiterar que nenhum segmento é melhor que outro. Temos até o Fernando Tattoo e os meninos da Friendship provando que as tatuagens são artes sim, corporais".
Com pipoca e algodão doce rolando a noite inteira, de graça, para a galera, todos que fizeram da noite um grande espetáculo estavam ali também por uma razão tão nobre quanto a citada anteriormente: ajudar Rafael Belo a lançar o seu primeiro livro, que já tem até nome, ''Vendo Versos''. ''Toda a renda arrecadada vai para o projeto da publicação. Eles abraçaram meu sonho e estou muito feliz de ver isso acontecendo''.
Ainda de acordo com Rafael, o ''Convergência das Artes'' deve ter uma segunda edição, mas nada ainda foi conversado com os participantes. "Parece que essa edição foi um sucesso então acho que a gente pode pensar sim em outras edições, por que não?", finaliza Belo.