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Artes

Encontro virtual exalta o "mestre do isolamento" James Joyce

Encontro fez parte do Bloomsday, dia criado para homenagear Leopold Bloom, protagonista de Ulisses, sua obra prima mais famosa

Lucas Mamédio | 17/06/2020 06:34
Herbert durante o Bloomsday virtual de Campo Grande (Foto: Reprodução YouTube)
Herbert durante o Bloomsday virtual de Campo Grande (Foto: Reprodução YouTube)

Bloomsday, comemorado em 16 de junho, é o dia instituído na Irlanda, mas que se espalhou pelo mundo, para homenagear o personagem Leopold Bloom, protagonista de Ulisses, obra prima literária do autor irlândes James Joyce. É incrível, em todo o planeta, é o único dia dedicado ao personagem de um livro.

No Brasil, o local mais tradicional é São Paulo, que comemora Bloomsday há mais de 30 anos, mas  também é celebrado em Porto Alegre, Curitiba, Rio de Janeiro, Natal.

Brincadeira com a figura de James Joyce (Foto: Luisa Covre)
Brincadeira com a figura de James Joyce (Foto: Luisa Covre)

Aqui em Campo Grande, um grupo bem pequeno, mas bravo, já vai para o 3° ano de Bloomsday. O Lado B até cobriu a primeira edição em Campo Grande, em 2018. Porém, como não poderia deixar de ser, foi tudo diferente dessa vez.

Organizado pela Bloomsday – Sociedade Literária James Joyce de Campo Grande-MS, em razão da pandemia do coronavírus, excepcionalmente neste ano de 2020 o evento foi virtual, com transmissão pelo YouTube.

Entusiastas da obra de James Joyce, os advogados Herbert Covre e Carlo Fabrizio, e que estão a frente da Sociedade, trouxeram para essa edição do Bloomsday, até com certo bom humor, uma característica singular do autor, o auto-isolamento, para o debate.

Isso porque a vida de James Joyce foi marcada pelo exílio, por vontade própria. Ao sair de sua cidade natal, Dublin, viveu em Londres, Paris, Zurique. Por isso, é possível chamá-lo de mestre do distanciamento social, tão importante atualmente.

“Foi uma brincadeira que nós fizemos com a biografia de James, um autor que desde muito cedo quis se afastar dos amigos e da família, que moravam de Dublin, e foi viver a vida dele longe em cidades como Londres, Paris e Zurique, onde inclusive está enterrado”, explica Herbert, que ficou responsável durante a transmissão pelo tema “James Joyce em Paris: o exílio como obra literária”.

Para Herbert, esse distanciamento não é propriamente o que estamos sendo forçados a viver, mas é possível fazer uma analogia sim entre a vida de James e tudo que estamos passando.

Carlo Fabrizio falou sobre “O teatro em James Joyce” (Foto: Reprodução YouTube)
Carlo Fabrizio falou sobre “O teatro em James Joyce” (Foto: Reprodução YouTube)

“Digo distanciamento porque ele sempre viveu longe dessa pátria amada, já que a Iralnda foi sempre objeto dos livros dele e, se quisermos fazer um paralelo com que está acontecendo hoje, nós estamos distante das pessoas, mas não deixamos de pensar e gostar delas, foi exatamente o que Joyce fez, ele nunca deixou de escrever sobre a terra dele e as pessoas de lá”.

O encontro virtual durou cerca de uma hora e meia e foi transmitido direto do palco do Irlândes Pub, na Afonso Pena. O Bloomsday de Campo Grande ainda contou com a participação de Carlo Fabrizio Campanile Braga, que falou sobre “O teatro em James Joyce”, Luiz Henrique Raele Braga com o tema “Riverrun: começando o Finnegans” e finalizou com Maggie Medeiros cantando algumas músicas irlandesas.

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