Flávia espalha frases e mostra que quem tem depressão não está só
Ela começou a falar sobre depressão nas redes sociais e agora quer levar reflexões para as ruas
Há cinco meses, Flávia Hill começou a pensar sobre como poderia levar reflexões envolvendo a depressão para as ruas e assim surgiu a ideia de ocupar a cidade com trechos de músicas. Lidando com a doença há anos, ela detalha que resolveu usar do cotidiano para mostrar que as pessoas não estão sozinhas.
“Eu já falo sobre depressão há algum tempo nas minhas redes sociais e senti a necessidade de tomar a cidade também, não ficando só no online”, resume sobre como a ideia surgiu. Com isso em mente, ela começou a sair por Campo Grande munida de alguns posters, material de aplicação e vontade de “espalhar a palavra”, como ela diz.
Por gostar da escrita, Flávia detalha que se identifica com trechos musicais e, através de uma seleção, ela escolhe frases que parecem se relacionar com os sentimentos de quem vive a depressão. “A ideia é que as pessoas se inspirem e saibam que não estão sozinhas. No meu próprio processo eu senti que as pessoas começaram a se distanciar de mim, então tento ajudar e fazer coisas que gerem uma vivência diferente da que eu tive”.
Sobre sua própria história com a depressão, ela narra que há cerca de cinco anos vem tentando encontrar novas formas de ter uma boa qualidade de vida. E, por viver a doença diariamente, sabe que o cotidiano também é feito de dias difíceis.
“É importante que as pessoas sejam mais acolhidas. Hoje eu vejo minha trajetória de uma forma positiva e penso que com outras pessoas isso também pode acontecer. Então sou a maior defensora da conversa sobre depressão, é preciso que as pessoas falem”, comenta Flávia.
Pensando nisso, Flávia conta que as intervenções fazem tanto com que ela se sinta melhor quanto permite que outras pessoas entrem nesse ciclo. Mesmo tendo começado o projeto recentemente, ela detalha que alguns contatos já foram formados.
Em cada pôster deixado por postes, ela adiciona seu perfil do Instagram e por deixar seu nome ali, quem passa pelas ruas consegue fazer o contato. “Duas pessoas me mandaram mensagem dizendo que gostaram e que acharam bacana a cidade ter esse tipo de intervenção. Isso também ajuda muito a pensar em continuar fazendo”.
Além de destacar a necessidade de falar sobre a depressão, Flávia comenta que não há como deixar de lado uma das orientações principais: buscar ajuda especializada. “Acho que com a intervenção consigo ajudar em certo ponto, mas é importante que as pessoas façam terapia, procurem por ajuda. Hoje falo sobre a doença e digo que estou melhorando porque tenho acompanhamento, então reforço que isso é importante demais”.
E, se você viu alguma intervenção por aí ou ficou curioso sobre as percepções de Flávia, seu perfil no Instagram é @flaviahill.
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