Fotografia muda perspectiva de Henrique que agora disputa prêmio internacional
Já foram mais de 100 mil cliques e, depois de dois anos, o fotógrafo tem o esforço reconhecido
A fotografia mudou perspectiva de Henrique Seiko Arakaki enxergar o mundo. Aos 20 anos, o campo-grandense descobriu o gosto pelas câmeras e despertou a sensibilidade na hora de capturar uma imagem através das lentes. Foram mais de 100 mil cliques para agora, depois de dois anos, ter o esforço reconhecido na disputa ao prêmio internacional com foto do Pantanal de Corumbá, 426 quilômetros de Campo Grande.
A imagem mostra um ribeirinho descalço sobre a ponta do barco remando nas águas da região da Serra do Amolar. “É um homem simples, dá para ver pelo jeito que conversa. Estava junto com a gente ajudando o pessoal da fazenda. Ele vive na comunidade local, estava de barco que normalmente leva 5h para chegar em Corumbá ou dois dias se for de chalana. Estava lá a trabalho para uma agência de marketing, tirei a foto pra mim”, conta.
A foto chama atenção pela humildade do modelo, que usa short e uma camisa de manga longa para se proteger dos insetos e do sol no local. O chapéu dobrado na cabeça dá o “ar” de pantaneiro raiz, que rema para chegar a algum lugar, enquanto olha fixamente para as lentes do fotógrafo. A paisagem com árvores e mato verde não deixa enganar que é alí onde mora a simplicidade e a boemia.
Henrique tem 22 anos e concorre ao prêmio “Áreas que Protegem a Vida – Pantanal”, do WWF (Fundo Mundial para a Natureza) Brasil. O foco do concurso está nas áreas protegidas do Pantanal e da Bacia do Alto Paraguai. Ao norte desta região estão as cabeceiras do Pantanal, que são responsáveis por 80% das águas que abastecem a famosa planície pantaneira.
Foram cerca de 300 fotos participando da pré-seleção do concurso que conta com escritórios na Bolívia, Paraguai e Brasil. Os critérios da avaliação é a qualidade técnica, expressividade e coerência com a proposta do prêmio. Apenas 30 profissionais passaram para a etapa final da disputa.
A foto de Henrique é a 7ª na lista e pode receber votos até dia 17 deste mês, por este link. Quem ficar em 1° lugar ganha uma câmera Sony Alpha A6400 Mirrorless, com lente 16-50mm. O 2° Câmera Gopro Hero 7 Black + Cartão 32GB sandisk extreme. O 3° recebe um kit tripé Manfrotto MK190XPRO3-3W com cabeça 3-WAY pan/tilt, enquanto os demais levam uma menção honrosa e uma mochila Manfrotto Advanced Active para câmera e notebook.
A mesma imagem já venceu um concurso do Instituto Homem Pantaneiro no meio deste ano, em Corumbá. “A foto é uma coisa de sentimento. É como o arqueiro Zen que acerta o arco, mas não está sozinho porque tem os equipamentos, e na fotografia é a mesma coisa. Peguei a câmera e fiz a foto e só depois achei que valia colocá-la em concurso”, conta ele.
Henrique é novato na fotografia, faz apenas dois anos que se apaixonou pela profissão e realizou o sonho der ser reconhecido mais rápido que pensava. “Não imaginava que seria tão depressa assim. Trabalho em jornal, onde faço imagens de todos os tipos, estou muito próximo da realidade e isso abala pelas situações que vejo de acidente, morte. As fotos da natureza é como se fosse terapia”.
Antes de ingressar na carreira, ele era acadêmico de Física, porém decidiu abandonar o curso e se dedicar à fotografia. “Na faculdade participava do clube de astronomia, foi quando comecei a fotografar e viajar pelo grupo para fazer fotos. Peguei gosto pela coisa e fui me aprimorando, depois fiz curso técnico”, lembra.
Foi durante uma viagem para Bodoquena que ele teve a certeza que queria viver da fotografia. “Tinha ido pra lá com um amigo e levei uma câmera que trocava lente, tirei fotos de cachoeira, da paisagem e gostei do resultado”, recorda.
Desde então, ele já fotografou em diversos locais e várias situações, como a vez que aconteceu uma tempestade em Dourados, a paisagem da Cachoeira do Rio do Peixe em Rio Negro. Já entrou numa plantação em Rio Verde para conseguir fazer fotos legais e até capturou uma imagem noturna com o céu estrelado.
A fotografia tornou-se parte de Henrique e até mesmo quando deixa a câmera em casa, ele usa o celular para fazer as capturas. A inspiração para registrar a imagem sai de dentro para fora e ele sente quando é o momento ideal de fazer uma boa foto. “É o que tenho na hora. Tudo que me chama atenção dou um jeito de fotografar.
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