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Artes

Lembrança do primeiro show vem em forma de autógrafo de Belchior

Lado B quer saber quais são suas lembranças de grandes shows que Campo Grande e o Estado já sediaram, mande para a gente!

Alana Portela | 11/05/2020 07:23
À esquerda, Laila Pulchério com a irmã Samira Pulchério, Belchior e Maria Clara Navarrete. (Foto: Arquivo pessoal)
À esquerda, Laila Pulchério com a irmã Samira Pulchério, Belchior e Maria Clara Navarrete. (Foto: Arquivo pessoal)

A lembrança da primeira vez que foi ao show de Belchior vem em forma de autógrafo. A apresentação ocorreu no Horto Florestal de Campo Grande, em 1984, quando Laila Pulchério, finalmente, conheceu seu ídolo e ainda ganhou uma dedicatória especial no nome da filha, Natália Pulchério.

“Pedi que dedicasse o autógrafo a meu bebê, que tinha pouco mais de três meses e assim ele, gentilmente, fez. Foi uma realização pra mim poder estar tão perto dele”, disse a fã. Produtora cultural e fotógrafa, Laila volta no tempo e conta em detalhes ao Lado B, como foi o evento que marcou sua vida.

Campo Grande, e também o Estado como um todo, já foram palco de grandes apresentações, no início do Festival de Inverno de Bonito, com o Temporadas Populares, e até mesmo o MS Canta Brasil. O Lado B quer saber: que shows você já assistiu aqui? Mande para a gente!

“Em março de 1984, tive minha primeira filha, Natália. Eu morava na Rua São Geraldo, rua vizinha ao Horto Florestal. Não me recordo a data exata, mas final de junho do mesmo ano, Belchior faria um show ali no Horto. Diferente do que é hoje, no final da minha rua já tínhamos acesso ao local, sem muros. Estaria a poucos passos do meu ídolo, não podia perder essa oportunidade”, contou.

No papel, Belchior fez uma dedicatória a Natália, onde escreveu "alegrias e canções" e marcou o ano, 1984. (Foto: Arquivo pessoal)
No papel, Belchior fez uma dedicatória a Natália, onde escreveu "alegrias e canções" e marcou o ano, 1984. (Foto: Arquivo pessoal)

Foi um show a céu aberto, não estava tão lotado, o que talvez aproximasse mais o público do cantor. “Uma noite linda, pessoas dançando, cantando e curtindo muito. Ao final da apresentação, fui tietar meu grande ídolo. Eu e outros fomos pedir sua atenção através de um autógrafo, forma de estarmos por alguns minutinhos mais próximos”.

A paixão pela arte surgiu ainda na adolescência, quando tinha seus 13, 14 anos e passou a apreciar música com mais profundidade, já buscando uma identidade. Por volta de 1976, começou a ouvir as canções de Belchior. Logo se encantou com o trabalho do artista, desde as capas de seus LPs até o som sua voz, sempre tão emocionada.

“Vendo, ouvindo, lendo repetidamente e me aproximando daquele trabalho, fui me encantando mais e mais. Refletindo no que suas palavras diziam, tentando compreender cada estrofe, cada desenho musical. Não tínhamos internet, esse era o único contato que conseguia ter com o artista e sua obra. Pois bem, essa paixão pela obra do artista Belchior permanece até hoje”, destacou.

Anos depois do primeiro show, Laila teve mais uma oportunidade de assistir Belchior ao vivo, em 1999, durante um projeto cultural “Temporada Populares”, que acontecia no Parque das Nações Indígenas. “Como sempre, me emocionei muito com suas músicas e ao final voltei a vê-lo no camarim. Ele era muito atencioso com as pessoas, recebia todos com que quisessem encontrá-lo com muito carinho”.

O kit de fitas cassete que foram vendindos ao final do show de Belchior. (Foto: Arquivo pessoal)
O kit de fitas cassete que foram vendindos ao final do show de Belchior. (Foto: Arquivo pessoal)

O reencontro foi mágico. Naquele dia, ela estava acompanhada da irmã Samira Pulchério e da agora ex-cunhada, Maria Clara Navarrete. “Belchior pediu que nós esperássemos um pouco ali, ao lado dele, e quando recebeu todos que quiseram vê-lo, voltou sua atenção pra gente. Nos convidou para irmos jantar com ele e preferiu ir conosco, ao invés da van da produção do evento”.

Eles foram para o restaurante, onde encontraram os demais músicos e produtores da equipe. Lá, o cantor foi bastante assediado por mais fãs.  “Foram horas de muito prazer e uma oportunidade de conhecer melhor essa figura ímpar. Conversamos muito, nos divertimos e apreciamos a companhia uns dos outros”.

“Dali, fui deixá-lo no hotel onde estava hospedado. Lembro de ter dito: Sempre choro com suas canções, me emocionam muito. Ele me respondeu ‘Eu também’. Era muito claro que Belchior cantava com a alma, não se poupava de exprimir toda emoção daquele coração enorme e cheio de amor”.

Conforme Laila, naquela oportunidade, o cantor convidou ela, Samira e Maria Clara para seguirem juntos até Três Lagoas, onde Belchior faria o próximo show pela Temporadas Populares. “Mantivemos contato, mas não, não fui acompanhá-los, pois trabalharia no dia seguinte. Nessas horas gostaria de ser um pouco mais inconsequente”, brincou relembrando a situação.

Mais de 20 anos após o último reencontro com o cantor, ela falou sobre sentir falta daquele tempo. “Muita falta. Tínhamos muitos eventos grandes, a cidade e o Estado tiveram a oportunidade de conhecer muita arte. Foi nessa época que começou o Festival de Inverno de Bonito e Festival América do Sul em Corumbá”.

A paixão pelo artista permanece em seu coração e o autógrafo que ganhou, está guardado no seu “baú do tesouro”. “Ao mesmo tempo que guardo essas lembranças, sei que o mais importante é o que isto agrega na nossa personalidade e comportamento. Se não tivesse guardado, as memórias estão em mim de qualquer forma. Mas, o fato de ver a matéria traz uma sensação diferente, boa. Não é uma simples assinatura de alguém que gosto e respeito que é importante e sim, o que essa pessoa representa na minha formação pessoal”, declarou Laila.

As lembranças da mãe sempre emocionam a filha Natália. “Acho muito lindo ver o autógrafo dele no meu nome. Minha mãe conta a história deste dia com muito carinho. Ela sempre me inspirou com músicas. Até hoje ouço muitos artistas da MPB mais antiga, e gosto muito”, disse.

Hoje, Natália é publicitária e tem 36 anos. O gosto musical da mãe também a influenciou. “Me apresentou esses artistas. Muitas músicas do Belchior me fazem recordar da infância, pois ela [Laia] ouvia muita música boa dentro e casa. É um cantor que fez parte do meu reportório”.

Infelizmente mãe e filha não tiveram a oportunidade e assistirem juntas ao show de Belchior. No entanto, foram parceiras de outros eventos. Laila também é mãe da cantora Larissa Pulchério e, sempre que pode, acompanha o trabalho da artista.

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No palco do Circo do Mato, Larissa Pulchério fez show antes da quarentena. (Foto: Arquivo pessoal)
No palco do Circo do Mato, Larissa Pulchério fez show antes da quarentena. (Foto: Arquivo pessoal)


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