Livraria itinerante nasceu para que obras ocupem todos os lugares
Projeto começou neste ano com o objetivo de facilitar acesso do público a editoras independentes
Com a finalidade de trazer livros de editoras independentes para Campo Grande e contribuir para o acesso literário, Bianca Resende, de 28 anos, e Felipe Mafra, de 27 anos, criaram o projeto “Hámor". A vontade de engatar a iniciativa era antiga, mas somente em fevereiro deste ano, eles iniciaram as atividades e vendas das obras.
O nome, segundo Bianca, surgiu nos primeiros trabalhos elaborados por ela e Felipe. “Nossa história começa em 2014, mas em 2015, surge em escritos nossos o nome ‘Hámor’ que seria uma abreviatura da expressão ‘Há amor”, conta. Em 2020, os dois começaram a se questionar sobre os sonhos que não tinham colocado em prática e após uma viagem para São Paulo, tudo mudou.
Em 2021, a viagem em questão permitiu que os idealizadores conhecessem livrarias, como Gato Sem Rabo, a Megafauna e a Simples, que os deixaram inspirados. “Voltamos determinados a trazer os livros das editoras independentes para Campo Grande o quanto antes. Até a estreia em fevereiro deste ano, foram muitos contatos”, fala.
Com 600 livros no acervo, a livraria itinerante costuma estar presente em feiras, praças públicas e participar de atividades culturais. Por estarem rodando a cidade, Bianca conta que muitas pessoas têm descoberto a Hámor. “Estamos conquistando um público muito importante e trocando diálogos essenciais para a construção desse sonho, que só cresce”, afirma.
No catálogo da livraria, o público encontra obras escritas por autores nacionais e internacionais. Entre as editoras estão: Vozes; Veneta; Ubu; Tabla; Relicário, Sobinfluência; Nós; N-1; Marisco; Jandaíra; Incompleta; Elefanta; Fósforo e várias outras. Em relação aos livros, os estilos são diversos, desde poesias a contos.
Alguns dos títulos disponíveis são: A sociedade desigual; A invenção das mulheres; Em má companhia; Sobre o vegetarianismo; Dez dias num hospício; Pássaros na boca e sete casas vazias; Terra fresca da sua tumba; Meninas incríveis; O que aconteceu com você; O livro dos abraços; A matéria mais suja do dia; A unicornia preta; e Meu país é um corpo que dói.
A idealizadora explica que o público da livraria é dividido em dois grupos, sendo o primeiro aquele que tem contato com as obras e conhece as editoras. “Temos dois tipos de recepções: aquela que a pessoa já conhece as editoras, alguns dos seus títulos e fica extremamente feliz de ver que agora tem acesso a elas em Campo Grande. E tem a recepção de quem ainda não conhece essas editoras e se surpreende com a curadoria”, esclarece.
Além das feiras, as pessoas interessadas podem encomendar os livros pela internet e receber no local combinado. A livraria itinerante tem uma parceria com a Catita Bike Entregas, que já foi matéria no Lado B em setembro do ano passado.
Animados com o projeto, a meta dos dois é que a livraria tenha um espaço físico que funcione também como um café. No final da entrevista, Bianca fala sobre a importância de facilitar o acesso às obras. "Quanto mais contato se tem com os livros mais incentivo à literatura se tem. Recebemos mensagens de pessoas dizendo que estavam com o hábito de leitura em pausa, mas que após o contato com a Hámor, voltaram a ler e criar o hábito de adquirir livros”, conclui.
Nesta semana, nos dias 27 e 28, a Hámor participa do (Fasp) Festival América do Sul Pantanal. Quem quiser conhecer o catálogo e o projeto, o perfil é @hamorlivraria.
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