No palco, o sapateado de "Embrujos de España" comemora os 25 anos do grupo
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Saias, babados, sapateado. O ritmo guiado pelas palmas e pelo cântico espanhol. Olhos que acompanham os passos e posição das mãos. Flores no cabelo, vermelho nos lábios, expressão no rosto e dança flamenca na alma. E este é só o ensaio para o espetáculo “Embrujos de España 25 anos”, em comemoração ao aniversário da companhia que carrega os feitiços da Espanha em Mato Grosso do Sul.
Ao todo, 42 pessoas, entre bailarinos e músicos vão mostrar os encantos e a alegria de sapatear, bailar, sentir e expressar o corpo e a alma. O elenco tem que já foi, quem sempre esteve e quem entrou há pouco, mas já faz a história. As apresentações serão nos dias 31 de outubro e 1 de novembro, às 21h, no Teatro Glauce Rocha.
O espetáculo, além de comemorar os 25 anos do grupo, marca os últimos meses de formação. Com incentivo do Fundo de Cultura, bailarinos de fora vieram profissionalizar ainda mais o vermelho que se apresenta nos salões sul-mato-grossenses.
A diretora artística do Embrujos e bisneta de espanhóis, Maria Helena Pettengill, explica que a apresentação está focada no que ela mais se preocupa. Na formação da dança Flamenca para as próximas gerações.
“Tem gente que dança há 17, 18 anos, outros começaram agora. Vai ter um pouco de tudo, mas vai ser um espetáculo repleto de emoção e bem dizendo o que significa Embrujos, que são os feitiços, a magia dos leques, da castanhola, o próprio estilo da mulher”, revela.
Entre os artistas convidados estão Anderson Alves, Jeferson de Lima, Miska Thomé e Fabio Faria.
Em 25 anos de dedicação à dança e ao grupo, Maria Helena não tem outra definição se não dizer “minha vida desenvolveu em torno disto, da linguagem e da cultura espanhola”.
A realização como mãe estará no palco. A filha, Nathalia Pettengill, de 15 anos, faz parte do espetáculo. “Eu, na verdade, danço desde a barriga da minha mãe, mas profissionalmente no grupo, há dois anos. A dança Flamenca para mim é onde eu posso me expressar melhor, tenho mais liberdade”, define a jovem bailarina.
Serão 18 quadros compondo 1h30 de show, entre danças e também apresentação de vídeos e fotos da carreira nos palcos.
Uma das mais antigas bailarinas, a farmacêutica, Sorandra Espíndola Moraes, de 29 anos, começou cedo. Os primeiros sapateados no Flamenco foram aos 9 anos. “Nossa, é difícil falar o que é a dança para mim, é alma, é corpo, expressão, é tudo isso junto, é amor”.
Os ingressos para o espetáculo devem ser trocados na AACC (Associação dos Amigos das Crianças com Câncer) por 2 quilos de alimentos não perecíveis (com exceção do sal).
Flamenco – A dança é uma arte popular que surgiu no século XVI, na Espanha. Reconhecida em todo o mundo pelo ritmo marcado pelo sapateado e pela força de expressão em cada gesto, aqui em Campo Grande, é dada a ela a continuidade pelo grupo Embrujos de España, criado em 1988 pelo Centro Beneficente Espanhol.
Formado por membros da colônia espanhola, Embrujos sempre teve a missão nas palmas das mãos, de viva as tradições populares espanholas através da dança. A primeira coreografia do grupo, foi montada pela bailarina argentina “La Morita”, que batizou o grupo com o nome “Embrujos de España” que significa “feitiço de Espanha”.