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Artes

Pela inclusão, deficientes pintam obras e usam traços pantaneiros em exposição

Os artistas são da APAE de Corumbá e a mostra continua até dia 16 deste mês na Galeria de Vidro da Capital

Alana Portela | 11/12/2019 08:52
Rian pintou um trem carregando um violão no vagão pela estrada de ferro. (Foto: Alana Portela)
Rian pintou um trem carregando um violão no vagão pela estrada de ferro. (Foto: Alana Portela)

Em busca de inclusão social, os deficientes que fazem acompanhamento pela APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Corumbá, 425 quilômetros de Campo Grande, pintaram quadros usando cores vivas e traços marcantes. Cerca de 34 obras ficarão expostas até dia 16 de dezembro, das 9h às 17h na Galeria de Vidro, com entrada franca.

A mostra é organizada pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e a chefe da divisão do local, Silvia Cedron fala sobre a proposta dos trabalhos. “A importância do evento é a inclusão social, pois os quadros mostram que eles são capazes de reconhecer a arte e criar produtos com olhar diferenciado e criativo”, destaca.

Ela acompanhou a produção em Corumbá antes de trazer para a Capital. Foram cinco dias de trabalhos intensos com pintores, que têm vários tipos de deficiência. “Em dois dias ocorreram a capacitação dos técnicos do Iphan e nos outros aconteceram as visitas guiadas. Fomos no Muhpan (Museu de História do Pantanal)”, conta Silvia sobre as inspirações dos artistas.

Os quadros foram pintados com cores fortes e vibrantes que chamam atenção dos visitantes. (Foto: Alana Portela)
Os quadros foram pintados com cores fortes e vibrantes que chamam atenção dos visitantes. (Foto: Alana Portela)
Tem a pintura de dois violões para lembrar do instrumento e da cultura do sertanejo no Estado. (Foto: Alana Portela)
Tem a pintura de dois violões para lembrar do instrumento e da cultura do sertanejo no Estado. (Foto: Alana Portela)
Teve pintor que escolheu representar os ladrilhos hidráulicos com tonalidades variadas. (Foto: Alana Portela)
Teve pintor que escolheu representar os ladrilhos hidráulicos com tonalidades variadas. (Foto: Alana Portela)

Depois os pintores voltaram ao instituto onde receberam materiais para produzirem as obras relacionadas a cultura sul-mato-grossense. “Usaram moldes de silkscreen relacionados aos bens do Estado, como a viola, representaram alguns objetos de sítios arqueológicos, ladrilhos hidráulicos. Adaptaram do jeito deles, trabalhando a criatividade”.

São vários quadros todos com cores vibrantes e traços marcantes, que encantam à primeira vista, como a obra do Rian de 12 anos. Ele aproveitou a tela para desenhar um trem carregando um violão no vagão. O pequeno artista usou e abusou das cores, aplicando o azul para contrastar com rosa e o alaranjado.

Outro apostou nos ladrilhos hidráulicos coloridos para mostrar o talento com a pintura. A onça-pintada, símbolo do pantanal não ficou de fora e foi retratada como um felino misterioso e não tão selvagem. Teve aquele que preferiu desenhar apenas um violão e colorir o restante do espaço com tintas branca, amarela, roxa, azul e rosa.

Neste quadro o pintor escolheu desenhar a viola e pintar o resto do espaço com cores diversificadas. (Foto: Alana Portela)
Neste quadro o pintor escolheu desenhar a viola e pintar o resto do espaço com cores diversificadas. (Foto: Alana Portela)

Os trabalhos foram feitos por adolescentes de 12 até adultos de 24 anos. Além de promover a inclusão fora da APAE, a ação ajudou na socialização entre os assistidos da instituição, que aproveitaram para se comunicar e falar sobre cores durante as aulas de pintura. Tudo ocorreu no tempo de cada um, de acordo com a inspiração que surgia na imaginação.

Quando sentaram na cadeira em frente à mesa com as tintas, os pintores esqueceram do mundo e se divertiram no universo criado naquele momento, apenas para extravasar o que sentiam. Os toques suaves, com cores vibrantes são os destaques especiais da exposição.

Após a mostra, os trabalhos serão devolvidos à APAE de Dourados, que deve leiloar as obras para arrecadar recursos. Agora, o Iphan planeja fazer o mesmo trabalho em instituições da Capital e também retornar a Corumbá para trabalhar com adultos do CRAS (Centro de Referência de Assistência Social), onde pretendem ajudar mais pessoas.

A Galeria de Vidro fica na Plataforma Cultural, localizada na Avenida Calógeras, 3141. A exposição está aberta das 9h às 17h. 

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Vários quadros estão à mostra na Galeria de Vidro de Campo Grande. (Foto: Alana Portela)
Vários quadros estão à mostra na Galeria de Vidro de Campo Grande. (Foto: Alana Portela)
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