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Artes

Prédio histórico abre com cinema, arte, música, livros e café nesta sexta

Com entrada gratuita, prédio ocupado pelo Sesc tem programação permanente de shows e oficinas

Thaís Pimenta | 03/05/2018 14:21
O prédio tombado agora é espaço de shows, oficinas e exposições de arte.(Foto: Saul Shramm)
O prédio tombado agora é espaço de shows, oficinas e exposições de arte.(Foto: Saul Shramm)

Com potencial tremendo para ser a principal casa das artes de Campo Grande, o Sesc Cultura Mello e Cáceres abre as portas nesta sexta-feira ao público, a partir das 10h, com programação de oficinas, exposição, shows musicais e palestras até o mês de junho.

Hoje à noite, às 19h, quem passar pela avenida Afonso Pena já terá um gostinho do que está por vir. A fachada do prédio histórico será tela de Projeção Mapeada, um espetáculo de luz e som que conta a história do imóvel que agora abriga o Sesc Cultura, relacionando-o com a cidade e com a arte. “Por mais que esse evento seja uma inauguração específica para as autoridades, o videomaping deste grupo do Espírito Santo já permite que as pessoas tenham uma noção do que lhes aguarda”, explica a diretora regional, Regina Ferro.

Com entrada gratuita em todas as programações, exceto para participação das oficinas, que exige doação de 3 litros de leite longa vida, o Sesc Cultura quer transbordar arte, em todas as suas vertentes. O som que ecoa da Sala de Música, com um piano de cauda fixo instalado, e capacidade para cem pessoas, inspira quem está no café, lendo um livro de poesias, disposto em um armarinho reservado para o gênero na cafeteria.

Sala de Artes visuais, que fica no segundo piso. (foto: Saul Scharamm)
Sala de Artes visuais, que fica no segundo piso. (foto: Saul Scharamm)
Sala Multiuso, primeira que se tem acesso ao subir pela escadaria para o segundo piso. (Foto: Saul Scharamm)
Sala Multiuso, primeira que se tem acesso ao subir pela escadaria para o segundo piso. (Foto: Saul Scharamm)

A energia histórica que pulsa das paredes, dos lustres, da escadaria e de gigantes janelas preservadas da construção datada em 1922, no centro da Capital, inspira os artistas plásticos que participam e ministram oficinas na Sala de Artes Visuais.

As cores intensas, pintadas pelo giz de Edson Castro, com formatos que remetem aos animais pantaneiros, expostos em quadros na Galeria de Arte, ornam com a dança e o teatro ensaiados na Sala de Artes Cênicas. É tanta cultura que até quem não gosta muito de literatura deve se encantar com a atmosfera e pegar um livro, nem que seja de curiosidade, na biblioteca e cinemoteca, na primeira ala do prédio.

A Sala de Audiovisual, com capacidade para 35 pessoas, permite pequenas exibições de curtas regionais e também de cineclubes. Acima, subindo pela escadaria restaurada, a Sala Multiuso é um cantinho para relaxar e absorver tudo o que o Sesc oferece ali. Nela também existe uma sacada com vista privilegiada da principal avenida da cidade.

Edson Castro, artista que inaugura o espaço com sua exposição na Galeria, Edson de Araujo e Regina  Ferro. (foto: Saul Scharamm)
Edson Castro, artista que inaugura o espaço com sua exposição na Galeria, Edson de Araujo e Regina Ferro. (foto: Saul Scharamm)

O Sesc Cultura, diferente do Sesc Morada dos Baís, tem um caráter muito mais de formação para os artistas e curiosos, do que qualquer outro projeto do Sesc instalado em Mato Grosso Sul. “Ele tem a intenção de ir muito além de ser só um casarão fomentador da cultura. Queremos promover ações de capacitação para os nossos artistas, com intercâmbio de conhecimentos em nível nacional. É aberta para todos, mas não deixa de visar muito mais aos artistas da nossa terra”, completa Regina.

A acessibilidade é visivelmente uma preocupação. Permite que todos participem da novidade. As rampas de acesso, o elevador, as traduções das obras de Edson para o braile e as futuras instalações de leitores digitais, que ficarão na biblioteca, completam a experiência e integram todas as diferenças.

Miguelito foi o primeiro a estrear o piano de cauda da Sala de Música. (Foto: Saul Shramm)
Miguelito foi o primeiro a estrear o piano de cauda da Sala de Música. (Foto: Saul Shramm)
Os pisos da Sala de Artes Visuais foram mantidos. (Foto: Saul Shramm)
Os pisos da Sala de Artes Visuais foram mantidos. (Foto: Saul Shramm)
Biblioteca conta com acervo cultural importante, com enfoque no regional. (Foto: Saul Shramm)
Biblioteca conta com acervo cultural importante, com enfoque no regional. (Foto: Saul Shramm)

Programação definida - A agenda do espaço começa pelos desdobramentos da exposição do corumbaense Edson Castro, que tem duração de três meses, com ações paralelas como happening, palestras com especialistas e oficinas infantis.

Um dos artistas plásticos sul-mato-grossenses mais notáveis da contemporaneidade, radicado em Paris desde 2009, Edson inaugura oficialmente a galeria de artes visuais da nova unidade Sesc Cultura.

Circuitos nacionais que aconteciam em outras sedes do Sesc, também vão para o Cultura, como o Arte da Palavra, o Palco Giratório, o Sesc Dramaturgias e o Cine Sesc. O primeiro espetáculo a ser apresentado no átrio do espaço é "Os Cavaleiros da Triste Figura", no dia 24, às 20h.

Na literatura, o tema do primeiro encontro Arte da Palavra é "A voz do feminino na poética contemporânea", com as escritoras Cida Pedrosa e Adri Aleixo, com mediação de Aline Calixto.

O "Dramaturgia da Dança com Dudude Herrmann" acontece do dia 8 a 12 de maio, de terça a sexta, das 18h30 às 22h30, e no sábado das 9h às 13h, com 20 vagas disponíveis.

O primeiro filme a ser exibido no Cine Sesc é o Tropicália, nos dias 9 e 11 de maio, às 19h. Já na Mostra Clássicos Sci-Fi, o filme é "A ameaça que veio do espaço", exibido no dia 16, também às 19h. No Mostra Sesc de Cinema, o tema a ser debatido com mediação de Ricardo Pieretti e Pietro Luigi é processos criativos, com exibição do documentário sobre Delinha, a dama do Rasqueado.

Toda a programação do novo prédio é disponibilizada no site do Sesc Cultura. O espaço funciona de terça-feira a sábado, das 10h às 22h.

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Pátio do prédio que durante décadas serviu ao Exército. (Foto: Saul Shramm)
Pátio do prédio que durante décadas serviu ao Exército. (Foto: Saul Shramm)
Fachada do imóvel de 1922, na Afonso Pena, entre a Rui Barbosa e a 13 de Maio.
Fachada do imóvel de 1922, na Afonso Pena, entre a Rui Barbosa e a 13 de Maio.
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