Professora ensina sobre meninas na história com jogo de cartas
O objetivo é valorizar narrativas de mulheres na História do Brasil com jogo lúdico para crianças
A professora Crislaine Tavares passou o mestrado em ensino profissional em História pesquisando sobre mulheres na história do Brasil e sobre como elas apareciam na historiografia do ensino básico. “As poucas mulheres que aparecem, aparecem sempre ou em apêndice ou no plano de fundo de uma figura masculina”, explica. E assim, surgiu o jogo de baralho “Minas da Luta” para levar a histórias de mulheres protagonistas na História do Brasil de forma lúdica para a sala de aula.
Crislane estudou na UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) e analisou os mecanismos que resultaram nessa invisibilidade das mulheres nos livros didáticos usados nas salas de aula do ensino básico. “São poucas imagens até de mulheres. E até hoje, ainda é muito forte”, explica. “O privilegiado é sempre o homem”.
Assim, Crislane resolveu tentar incluir essas mulheres de um jeito que unisse o didático ao divertido. O baralho “Minas da Luta”, traz 60 cartas com a ilustração e a história de várias mulheres que tiveram um papel de protagonista na História do Brasil, mas acabaram ofuscadas pelo patriarcado. São mulheres como Ana Pimentel, que assumiu o plano administrativo e político da capitania de São Vicente, no século 16, ou Alzira Soriano, a primeira prefeita eleita na América Latina.
O objetivo do jogo é juntar cinco cartas de uma das categorias, como minas da economia, da liderança ou pela democracia. Cada jogador tira uma carta, que indica a categoria que vai ser preciso juntar. O jogo pode ser entre dois a seis jogadores. “E é necessário ler em voz alta, para aprender a história de cada uma escrito na carta”, reforça Crislane.
“As aulas de história são maçantes, então esse é mais um recurso para o professor”, ainda comenta. Então o joguinho vem para ajudar a fazer as aulas mais divertidas e também para reforçar a importância da representatividade feminina em geral. “O Brasil é o 5º país que mais mata mulher no mundo. Então é muito importante resgatar as narrativas femininas e levando para dentro da sala de aula”, expressa.
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