Quando corpos trans se encontram, querem ensinar a ‘mudar o mundo’
Coletivo formado por pessoas transsexuais decidiu criar um circuito para performar e ensinar
Existir “discretamente” não é uma possibilidade e nem um desejo, então, quando corpos transsexuais se encontram, a vontade é de ensinar outras pessoas a “mudarem o mundo” de uma forma melhor. Partindo dessa ideia, o grupo De Trans pra Frente decidiu que, além das suas ações rotineiras, era necessário criar um circuito para levar a discussão ao público e unir a educação no meio de tudo isso.
“É importante criar eventos que visam trazer à tona assuntos sociais relevantes para combater violências e propor reflexões a partir do corpo em movimento, da expressividade do corpo que está fora dos padrões sociais estipulados por uma sociedade colonial”, introduz uma das organizadoras e a fundadora do grupo, Emy Mateus.
Neste ano, o grupo já levou um espetáculo para dezenas de pessoas com o “Culto das Travestis”, instigou quem passeava pela Rua 14 de Julho e decidiu que era necessário fazer mais.
Por isso, entre os dias 2 e 8 de novembro, elas irão se reunir para discutir sobre arte, cultura, moda e educação, tudo de forma coletiva para se tornar um circuito performático. “A ideia veio a partir dos projetos que estávamos envolvidas. Pensamos também que poderia ser uma desculpa muito boa para estender e contornar tudo de forma transdisciplinar”.
Abrindo a programação, a partir das 18h, haverá desfile performático na Feira Ziriguidum; no dia 3, a performance será a partir das 14h, na rua do Parque Belmar Fidalgo. Na data seguinte, a oficina “planos para mudar o mundo”, às 18h30min, será no Grupo Casa.
Dia 6, as ações voltam na Praça Ary Coelho, a partir das 14h; e, para encerrar, dia 8 terá mais uma oficina no Grupo Casa, às 14h.
“As oficinas serão realizadas no Grupo Casa, um espaço cênico de compartilhamento e acolhimento para corpos que fogem do padrão hétero/cis de fazer arte e se expressar no mundo”, descreve.
Segundo Emy, o objetivo é provocar esse encontro com muita audácia e vontade de mudar o mundo, “pelo menos o nosso, pelo menos naquele dia e espaço, o mundo pode ser mudado. É um respiro para as nossas vidas, um respiro coletivo em meio à destruição”.
Para que isso seja possível, o grupo irá levar as inspirações e estudos partindo do Núcleo Fuga; participará a artista e performer Sabrina Lima na oficina “Combinamos de não morrer - processos performativos como atos de guerrilha”. Outra parceira é Gabi Mancine, uma multiartista que irá assinar o desfile performático. Já a produção manual é feita pela artista Loren, a Preta.
Mais informações podem ser consultadas no perfil do Instagram @detransprafrente.
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