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Artes

Tem obra até de 1858 em exposição de livros raros na Biblioteca Estadual

São 14 livros expostos sendo o mais antigo de 1858 e o mais novo é da década de 1950

Lucas Arruda | 19/10/2017 07:50
Pesquisa para descobrir livros raros foi feita junto à Biblioteca Nacional no Rio de Janeiro (Fotos: Marcos Ermínio)
Pesquisa para descobrir livros raros foi feita junto à Biblioteca Nacional no Rio de Janeiro (Fotos: Marcos Ermínio)

Há quem ame aquele cheiro de livro antigo, que está com as páginas amarronzadas de tanta idade. Quem quiser reviver essa sensação gostosa, pode ir a Biblioteca Estadual Isaías Paim que, desde ontem, expõe 14 livros raros, de seu acervo de 4 mil obras antigas. Foram utilizados na mostra os mais raros de toda a coleção. A exposição é gratuita e segue até o dia 28 deste mês.

O mais antigo é datado de 1858. Mas não é só pela idade que o acervo é exibido, para serem consideradas raras, as obras têm que ser únicas, inéditas, terem poucos exemplares, encadernação de luxo ou autógrafo. O Dicionário de Medicina Popular, por exemplo, tem a capa de madeira, revestida em couro e com inscrições em alto relevo. Só existem mais quatro cópias dele em todo o Brasil.

A língua portuguesa bem diferente de como é hoje em dia
A língua portuguesa bem diferente de como é hoje em dia
Neste livro a palavra tese está escrito com e no livro ao lado com acento no primeiro E
Neste livro a palavra tese está escrito com e no livro ao lado com acento no primeiro E

“Ele é o mais raro que a gente tem aqui. Me sinto lisonjeada em estar com ele na mão porque sei que muitas pessoas já foram curadas com os conhecimentos contidos nele”, afirma Eleuzina Crisanto, coordenadora da biblioteca, sobre a publicação de 1890.

Há vários outros livros que são destaque na exposição, como o Vocabulário de Crendices Amazônicas, obra de Osvaldo Orico publicada em 1916. Também está na mostra livros do psiquiatra Isaías Paim, medico que dá o nome à biblioteca, sobre esquizofrenia.

“Uma coisa bem interessante de se ver nestes livros é a língua portuguesa. Era muito diferente naquela época, há livros aqui em que tese é escrito com h (these) e outro, de 15 anos depois em que a mesma palavra está sem o h e com um acento agudo no primei e (tése)”, explica Eleuzinha.

O livro mais antigo da exposição é datado de 1858
O livro mais antigo da exposição é datado de 1858

A pesquisa para chegar aos livros expostos foi feita junto à Biblioteca Nacional, que fica no Rio de Janeiro. “Temos muitos livros antigos e poucos são raros, não sabíamos quais. Resolvemos ir atrás disso porque aqui frequentam muitos estudantes, historiadores, advogados, bastante gente. Acho que isso é importante para a sociedade em geral”, avalia.

Todos os livros da biblioteca, tanto os antigos e raros, quanto os novos estão disponíveis para consulta local, até os que participam da exposição. “Os livros contribuem de forma decisiva para a formação e o crescimento intelectual e cultural, com seus fundamentos teóricos, históricos. É uma oportunidade que o público terá ao ver pela primeira vez durante a exposição, livros com tamanho valor histórico e cultural”

A Biblioteca Estadual Isaías Paim fica no Segundo andar do Memorial da Cultura Apolônio de Carvalho, na av. Fernando Corrêa da Costa, 559.

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O livro Dicionário de Medicina Popular é de 1890 e, além desse, só possui mais 4 cópias no país
O livro Dicionário de Medicina Popular é de 1890 e, além desse, só possui mais 4 cópias no país
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