Uruguaios viajam o mundo com espetáculo inspirado no século 19
Jorge Zeta e Diego Martinez Gonzalez trouxeram releitura de shows de variedade para Campo Grande
Com uma lona no chão e tirando desde cartola até cubo mágico de dentro da mala, Jorge Zeta e Diego Martinez Gonzalez unem diversos números na apresentação para que a surpresa seja constante. Inspirados em shows de variedade dos séculos 19 e 20, os uruguaios já viajaram por mais de 20 países com o espetáculo Porongo Vaudeville.
Integrando a programação do Festival Campão Cultural, a dupla manteve o público da Praça Ary Coelho conectado em cada ato durante cerca de uma hora nesta sexta-feira (14). Seja com a performance musical ou com Jorge sendo amarrado por pessoas da plateia, as gargalhadas saíram facilmente.
Há 19 anos na estrada com o grupo The Pambazos Bros, Jorge explica que os espetáculos enquanto dupla com Diego surgiu há menos tempo. Mesmo assim, os dois já levaram especificamente o Porongo Vaudeville para países que vão da Bélgica até o México.
Narrando sobre o espetáculo, Jorge brinca que é difícil até para ele conseguir explicar em uma totalidade sobre o que a apresentação envolve. “Nós sempre trabalhamos unindo números do circo e humor. Nem eu consigo explicar o que fazemos, mas é baseado nos Vaudeville, espetáculos itinerantes que começaram a se apresentar dentro de teatros”.
De acordo com o artista, a união dos espetáculos Vaudeville vai desde números de dança e música até malabarismo, mágica e humor. Com isso em mente, ele e Diego criaram uma releitura pensando em números diversos, mas sempre com foco nas risadas.
Com a variedade, a dupla cria uma narrativa divertida e cheia de interações com o público. No espetáculo, Jorge é Roberto e pede desde que integrantes da plateia o amarrem com uma corda de mais de 20 metros até que crianças estendam uma fita, que parece não ter fim, saindo de sua boca.
Tocando acordeon, sendo mágico e se tornando até “luchador”, Diego se transforma em galinha, manipula o “ovo” e ainda consegue tempo para interagir com as crianças que se aproximam do palco.
Teatro, circo e público
Para Jorge, um dos pontos altos do espetáculo é o intercâmbio constante com a plateia. “Nós fazemos um jogo de mão dupla, não jogamos sozinhos. Tentamos surpreender o público e também ouvir o que vem dele. Nosso objetivo é que o público se sinta parte dessa pequena festa”.
Também destacando a relação entre teatro, circo e público, Diego detalha que cada plateia é diferente, ainda mais considerando o país. “Tentamos entender e ler a plateia rapidamente, há momentos em que dá para brincar um pouco mais, mas precisamos ver se o público é mais rígido, se é mais aberto”, diz.
Outro ponto é que por ter experiência de rua, o artista completa que o respeito com cada localização, com cada pessoa é importante. “Nós chegamos aqui e encontramos pessoas que estão trabalhando todos os dias. Chegamos na casa dessas pessoas e sabemos que precisamos conversar, pedir licença e dizer que vamos fazer o espetáculo”.
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