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Artes

Vizinho chama polícia por barulho constante em ocupação de artistas no Iphan

Naiane Mesquita e Leandro Abreu | 09/06/2016 18:32
Ocupação do Iphan ocorre há 20 dias e já incomoda vizinhos (Foto: Fernando Antunes)
Ocupação do Iphan ocorre há 20 dias e já incomoda vizinhos (Foto: Fernando Antunes)

A ocupação do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Cultural de Campo Grande) acabou em caso de polícia na noite de hoje, no antigo Complexo Ferroviário. Um dos vizinhos reclamou do barulho constante resultado das ações realizadas pelos artistas há 20 dias contra o sucateamento do MinC (Ministério da Cultura).

A reclamação do vizinho, o aposentado Ari Ribeiro, 72 anos e o filho dele, o advogado André Luis Godoy Lopes, 31 anos, é em relação ao barulho. “É uma anarquia todos os dias, nós chegamos às 7 horas da manhã para trabalhar e já tem barulho, esses dias ligaram uma guitarra na caixa de som. Os outros vizinhos também estão incomodados, a maioria é idoso”, afirma André.

Para o advogado, o problema não é protestar. “Não questionamos o direito deles de protestar, o que a gente questiona é a intervenção na nossa rotina”, frisa, ressaltando que em alguns dias acontecem festas grandes, que fecha a rua de tanta gente. Mesmo chamando a polícia todos os dias, apenas hoje eles foram atendidos.

Do outro lado, a presidente do Fórum Estadual de Cultura de Mato Grosso do Sul, Fernanda Teixeira, afirma que o grupo não estava fazendo muito barulho. “Estávamos apenas tocando violão em frente, sem caixa de som, sem nada e o pessoal cantando. A ação da Polícia Militar demorou uns 15 minutos apenas, não teve o uso de força, mas abuso de autoridade, intimidação e ameaça”, ressalta.

Fernanda diz que a polícia queria entrar no prédio, mas como é ambiente federal, o grupo recusou a dar passagem. “O policial disse que ele poderia se quisesse porque é policial, que poderia me algemar se quisesse”, indica.

A ocupação do Iphan aconteceu como uma resposta ao fechamento do Minc pelo presidente Michel Temer. Mesmo após o retorno no ministério, o grupo não se retirou do prédio. “Continuamos protestando pelos projetos que não voltaram e do pagamento dos editais que não ocorreu. Sempre fica um grupo fixo de 30 pessoas e quando tem eventos que mais pessoas participam. Temos programação e debate cultura todos os dias”, frisa Fernanda.

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