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Comportamento

Adotado na infância, Alexandre repete a própria história com o filho

Filho nasceu aos 8 meses para o casal, que agora vê a vida inundada de amor

Por Thailla Torres | 20/05/2024 09:25
Alexandre e Cristiane no ensaio feito antes da ligação especial, que informou sobre o nascimento do filho.
Alexandre e Cristiane no ensaio feito antes da ligação especial, que informou sobre o nascimento do filho.

O que Alexandre Carneiro de Lucca e Cristiene Vilamaior Ocampos de Lucca sentem desde que o filho de 8 meses nasceu para eles ainda não tem nome, mas é claro nos olhos do casal, junto há quase 15 anos, que o primeiro filho que nasceu por adoção há menos de dois meses tem inundado a vida deles de amor. O que torna essa história ainda mais especial é o fato de Alexandre também ter sido adotado na infância, repetindo agora a história de amor e acolhimento que ele mesmo viveu.

“Eu estou feliz demais e é difícil explicar direito, porque eu me vejo nele e ele se vê em mim. O que eu sinto ainda não tem nome. Eu sou pai, do jeito que enxergo o meu pai e tantos outros exemplos na família”, descreve Alexandre com emoção.

Desde jovem, Cristiene sempre sonhou com a adoção. Crescendo em Aquidauana, ela participou de ações sociais em abrigos através do grupo de jovens da igreja católica. "Eu sempre quis ser mãe, mas essas visitas me abriram os olhos para a adoção. Pensava em ter filhos de ambas as formas," relembra Cristiene.

Alexandre com o filho no colo, no primeiro passeio feito no Bioparque Pantanal.
Alexandre com o filho no colo, no primeiro passeio feito no Bioparque Pantanal.

Quando conheceu Alexandre, o desejo pela adoção se intensificou. No entanto, o casal também tentou ter filhos biologicamente. Após enfrentar problemas de saúde, incluindo procedimentos para retirada de pólipos e miomas, e uma trompa atrofiada, o casal decidiu seguir o caminho da adoção.

Em 2021, com a certeza de que a adoção era o melhor caminho, Alexandre e Cristiene iniciaram o processo, mesmo enfrentando a pandemia e os desafios logísticos que ela trouxe. "O processo pode parecer demorado, mas é necessário para garantir que as crianças encontrem lares e famílias que as acolham e cuidem," afirma Cristiene.

Finalmente, em junho de 2023, eles foram habilitados e começaram a espera pela tão sonhada ligação. "No início dá um pouco de ansiedade, mas depois a gente vai se preparando pra quando chegar a hora do nosso telefone tocar," conta Cristiene. E a ligação chegou em 18 de abril, trazendo a notícia de que um bebê estava esperando por eles. "Ele nasceu pra mim assim que o vi e pude pegar ele no meu colo," lembra Cristiene com um sorriso.

A adaptação em casa tem sido tranquila. Cristiene, em licença maternidade, segue a rotina do bebê, que já iniciou a introdução alimentar. Alexandre, que retornou ao trabalho, dedica toda sua atenção ao filho quando chega em casa. "Cada sorriso dele, os olhinhos brilhando ao me olhar... ali eu vi que era o meu filho," diz Cristiene.

"Quero mostrar pro meu filho que o mundo pode ser muito mais bonito se soubermos olhar tudo com mais afeto e carinho", diz Cristiene.
"Quero mostrar pro meu filho que o mundo pode ser muito mais bonito se soubermos olhar tudo com mais afeto e carinho", diz Cristiene.

Para o casal, a adoção vai muito além de um simples processo burocrático. É um ato de amor e acolhimento que transforma vidas. “A resistência à adoção ainda existe, mas é por falta de informação. Devemos ensinar que filhos não são apenas por laços de sangue; o afeto constroi muito mais do que o sangue,” destaca Cristiene.

Ela também quer mostrar ao filho que famílias são formadas pelo coração e pelo afeto, assim como foi com Alexandre. "Quero mostrar pro meu filho que o mundo pode ser muito mais bonito se soubermos olhar tudo com mais afeto e carinho."

Recentemente, Cristiene celebrou seu primeiro Dia das Mães com o filho nos braços, um momento inesquecível que ela descreve como "a melhor sensação do mundo" e "um sonho realizado". Para ela, o amor que sente pelo filho vai além de qualquer ligação biológica. "Só posso dizer que ele pode não ter nascido de mim, mas que nossa ligação vai muito além disso e sei disso a cada olhar e sorriso dele."

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