Advogada quis devolver tudo o que estudou e ajudar pessoas LGBT+
“Se eu não devolvo tudo o que estudo, não passo de um teórico”, diz a advogada
Inconformada com a injustiça, violência e descriminação que a população LGBTQIAPN+ sofre todos os dias, a advogada Jennifer dos Reis, 30, decidiu “devolver” à sociedade todo o conhecimento adquirido em sua trajetória acadêmica e oferecer atendimento gratuito para membros da comunidade que estão em situação de conflito com a lei, e não possuem recursos financeiros para custear um atendimento jurídico.
A advogada leciona direito penal no ensino superior, além de estar na fase de finalização de seu mestrado em Direitos Humanos pela UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). Ela também possui uma formação anterior em psicologia.
Por se considerar estar em posição de privilégio por ter tido a oportunidade de investir em seus estudos, relata que sente que sua missão é passar o que aprendeu para frente, e reverter seu conhecimento teórico em prestação de serviço para aqueles que precisam.
“A primeira coisa que eu questiono quando entro em uma sala de aula é o que nós, do alto da nossa Torre de Marfim, porque sim, eu penso que estudar é um privilégio, estamos fazendo com tudo aquilo que estudamos. Onde nós estamos aplicando aquilo que lemos? A quem o nosso conhecimento está servindo? Porque se a gente não devolve nosso conhecimento para a sociedade, a gente não passa de um teórico, e teórico não muda o que há de injusto em uma sociedade”, reflete a advogada Jennifer dos Reis.
Dessa forma, Jennifer encontrou no projeto “Justiça Para Todes”, uma forma de levar o que aprendeu na sala da universidade para quem mais precisa.Também parte da comunidade, a profissional expressa que o objetivo é promover a igualdade de direitos e combater a discriminação e violência enfrentadas por pessoas LGBTQIAPN+.
A inciativa oferece atendimento jurídico para vítimas de crimes motivados por homofobia, transfobia e outras formas de discriminação. Jennifer comenta que a maioria dos casos, diz respeito a direitos básicos que são negados aos membros da comunidade, direitos violados e casos de pessoas que sofrem injúrias, homofobia homotransfobia.
Os relatos vão desde casais homoafetivos que não conseguem registrar o nome de dois pais ou duas mães no registro civil dos filhos, ou casos em que a orientação sexual ou a identidade de gênero das pessoas interferem nas relações de trabalho.
“Pessoas sofrem violência apenas por existirem. Isso é triste, além de ser crime. Eu não vou mudar o mundo, mas eu quero fazê-lo melhor”, explica Jennifer.
Dentre os serviços oferecidos, está incluso: consultas Jurídicas, atendimento individual on-line para orientação e aconselhamento jurídico, avaliação inicial do caso e direcionamento para ações legais cabíveis, Defesa Legal, representação em processos judiciais, acompanhamento e defesa em audiências e julgamentos e mediação de conflitos.
O projeto também está aberto para parcerias com advogados voluntários de diversas áreas de atuação, que também sejam membros da comunidade LGBTQIAPN+, que aceitem somar forças com Jennifer na criação de uma sociedade que ela espera ser mais justa e inclusiva. Para conhecer o projeto e entrar em contato com a advogada, basta acessar o Instagram @justicaparatodes.
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