Alegria de amigas é abrir as portas de 1ª escola gratuita em Madagascar
Sueli e Gyselle participam do Fraternidade Sem Fronteiras que construiu 1ª escola gratuita para as crianças
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Em agosto de 2017, Sueli Castro Rebello, de 59 anos, se tornou voluntária na FSF (Fraternidade Sem Fronteiras). No mesmo ano foi a vez de Gyselle Saddi Tannous, de 61 anos, conhecer a organização humanitária que atua na África Subsaariana e em estados brasileiros.
Nesta terça-feira (14) ambas viajam em caravana para Madagascar, na costa sudeste da Àfrica, onde participam da inauguração da primeira escola do projeto no país. A instituição, localizada ao sul do país, irá atender mil crianças.
Ao Lado B, as voluntárias contam como a história delas se entrelaçou com a Fraternidade Sem Fronteiras, além de explicarem como irá funcionar a escola.
Psicóloga, Sueli relata que em 2016 teve o primeiro contato com a organização através do Instagram. “Vi uma live a respeito da caravana que estava lá (Madagascar), da situação de emergência, falta de água e a grande dificuldade que era ter uma pessoa que pudesse falar francês. Eu falo, já tive a oportunidade de morar na França e naquele momento isso tocou meu coração”, afirma.
No ano seguinte, ela realizou a primeira do que se tornaram 11 caravanas no país. Convidada por um amigo, Sueli ingressou no voluntariado e começou a participar das ações. “A princípio eu tinha a função de acompanhar para o idioma, fomos nos familiarizando e assumimos a coordenação da caravana em Madagascar”, explica.
Nos últimos seis anos, a voluntária esteve presente em cada etapa de expansão da iniciativa humanitária. A limpeza do terreno doado, a construção da clínica médica, odontológica, refeitórios, casas e do poço que causou uma ‘transformação radical' e possibilitou o acesso da população à água. “Foi lindo o processo”, declara.
Como voluntária, Sueli garante ter posto em prática o ato de não só amar o próximo, mas também ouvir o que ele precisa. “A gente não vai levando nada pronto tem todo um respeito, valorizar o que eles são e entender no que podemos auxiliar. [...] Isso melhora a nossa humanidade, a gente ganha muito mais que eles, é o exercício de amor ao próximo”, destaca.
Ensino gratuito - Gyselle é a outra voluntária que diz ter se encantado com a possibilidade de ajudar as pessoas atendidas pela FSF. “Eu conheci os projetos inicialmente em Moçambique e fiquei bastante encantada com essa perspectiva de contribuir de alguma forma. Sempre foi uma coisa que me tocou demais”, fala
Ela esclarece que a instituição educacional surge com o intuito garantir perspectiva de futuro para os moradores de Madagascar. “O que a Fraternidade está transformando na ilha é uma perspectiva de futuro. A média de vida da população local é 30 anos, então a medida que atendemos as emergências médicas e consegue implementar centros nutricionais a escola vem para transformar a possibilidade dessas pessoas”, comenta.
A escola gratuita é mais uma conquista que deve beneficiar crianças de três a 10 anos. Apesar do país ter um sistema educacional público, Gyselle esclarece que nem todos os menores têm acesso. “Não existe em Madagascar escola pública como a nossa que é completamente gratuita. Eles cobram uma taxa de material e matrícula. Essas duas taxas a Fraternidade vem pagando para as crianças que encontram vagas. Entretanto nem pagando encontramos vagas para todas”, declara.
A escola construída pela organização irá funcionar em dois períodos com início do ano letivo no próximo mês. Ao todo são 12 salas que devem comportar 40 alunos por turma. O ensino, conforme a advogada, será voltado para fortalecer a cultura do país.
“A metodologia é bastante ligada à França, o idioma oficial do país é o malgaxe e o francês. Isso também é um diferencial da nossa escola, porque queremos resgatar e fortalecer o malgaxe. Eles terão um conteúdo de cultura, história e geografia do próprio país. Uma formação voltada ao conhecimento da sua própria terra, linhagem”, ressalta.
Através do ensino, a expectativa da voluntária é que as crianças possam ser agentes transformadores na comunidade. “A Fraternidade quer oferecer uma escola de qualidade para que essas crianças que tenham acesso à educação possam ser transformadoras do seu meio”, conclui.
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