Amigas deixaram carreira na área da saúde para viverem da dança
Michele e Ingrid sempre gostaram de dançar, mas não imaginavam que se tornariam professoras
As amigas e sócias Michele Lima, 39 anos, e Ingrid Farah, 29 anos, já tinham definido a profissão e obtido o diploma de nível superior, porém o amor pela arte da dança e a vontade de ensinar outras pessoas falou mais alto. Elas deixaram a carreira nas áreas de Biologia e Enfermagem para trás e realizaram o sonho de abrir a própria escola, a Fulô Espaço de Dança.
Embora o desejo tenha sido concretizado em 2020, o envolvimento delas com o mundo da dança começou há bastante tempo. Para Michele, o primeiro contato aconteceu em 2005, por meio da dança de salão. “A dança me trouxe grandes mudanças, me fez ser alguém melhor, tive muitas oportunidades e foi essencial para mim”, comenta.
Natural de Dourados, Ingrid começou a dançar em 2010, quando ainda estava na faculdade de Enfermagem. Para ela, seguir a carreira como professora de dança foi uma questão de destino. “Eu sempre achei que seria enfermeira, mas ao longo da vida, as coisas penderam mais para a dança, com atividades acontecendo e convites. Eu comecei a me envolver mais. Em 2015, comecei a trabalhar com dança do ventre profissionalmente”, conta.
Desde então, elas nunca mais pararam e, por isso, a história de uma se cruzou com a da outra no ano de 2017. Por questão de afinidade, conforme Ingrid, elas decidiram unir forças e desenvolverem o próprio negócio. “A gente percebeu que precisava de um lugar com nosso olhar, linguagem, atribuir mais a nossa cara. Quisemos trazer no nosso espaço a feminilidade, essa questão das lideranças femininas na dança a dois, de casal”, afirma.
A questão de ocupar locais, que antes eram predominantemente masculinos, também é defendida por Michele. “Esse lugar sempre foi ocupado por homens, no meu caso, que é a dança de salão. Pelo perfil dos professores sempre serem homens, para mim, não foi fácil no começo. Então, hoje, juntas, levamos a arte e dança para outro patamar”, enfatiza.
Questionada se sente saudade de atuar como professora de Biologia, Michele garante que não e revela que encontrou uma forma de continuar ensinando outras pessoas. “Trabalhei oito anos na área, saí do meu emprego e não tive mais vontade de voltar. Sempre me vi nesse lugar de ensinar, mas foi aí que encaixou a dança, foi onde me descobri mesmo”, pontua.
Apesar de ter começado como professora de dança de salão, Michele acabou criando gosto pelo forró. Desde 2018, ela passou a lecionar esse estilo e ficou tão apaixonada que desenvolveu os projetos Forró de Quinta e Damas do Forró. Esse último fornece a possibilidade das mulheres aprenderem a dançar no papel de condutora e conduzida. “O projeto Damas do Forró tinha uma história de aulas para as meninas, mas depois da pandemia, o foco foi divulgar as professoras do Brasil. Nosso projeto ficou conhecido em parte da Europa, Japão e Austrália”, revela.
Uma iniciativa que é motivo de orgulho para a Ingrid dentro da dança do ventre são as aulas direcionadas aos pequenos. “Eu sigo uma linha de ensino para dança do ventre para crianças com uma abordagem lúdica e respeitando o desenvolvimento motor. Comecei a ser procurada por escolas, não tinha esse olhar de voltar para esse público, mas teve essa demanda e comecei a trabalhar com as crianças”, lembra.
Para unir todos os gostos, no Fuló Espaço de Dança, as aulas são variadas e incluem forró, samba, zouk, vanera, chamamé e dança do ventre. Quem quiser conhecer o espaço, o endereço é Rua Calarge, 314, Bairro Vila Glória.
Curta o Lado B no Facebook e Twitter. Tem uma pauta bacana para sugerir? Mande pelas redes sociais, e-mail: ladob@news.com.br ou no Direto das Ruas através do WhatsApp do Campo Grande News (67) 99669-9563.
