Amor de Caique e Henrique ganhou casamento lindo e longe dos clichês
Amigos ajudaram a planejar e confeccionar decoração feita com pedras, papéis e outros materiais
O casamento de Caique Bonfietti Martins, de 29 anos, e Henrique Luiz de Oliveira, de 32 anos, foi único em diversos aspectos. Juntos há oito anos, o engenheiro ambiental e o arquiteto criaram uma cerimônia carregada de detalhes e referências que refletem o amor e a trajetória a dois.
O casal mora em Campo Grande desde 2017, mas ambos são do interior de São Paulo. A festa aconteceu em Araçatuba (SP), no sábado (14), após meses de espera e muita organização. O casamento era para acontecer em outubro de 2020, porém foi adiado devido a pandemia.
Neste ano, o casal retomou os planos da celebração e contou com o apoio de amigos. O engenheiro fala como o sonho do casamento se tornou realidade graças ao empenho e dedicação de várias pessoas.
“Desde março foi uma construção coletiva junto com os nossos amigos. Eles abraçaram a ideia do casamento e fizeram tudo acontecer com a gente. Nós não contratamos um organizador, não contratamos cerimonialista, não contratamos decorador. Foi tudo feito por nós, tudo à mão, numa pegada sustentável, biodegradável e com redução máxima possível de plástico”, diz.
Para que tudo saísse como o planejado, a turma foi dividida em duas comissões. Uma cuidava de orçamento, dadas e cronograma, enquanto a outra era responsável pela parte artística que envolvia não só pensar na decoração, mas colocar a ‘mão na massa’ para produzir os detalhes que compuseram o cenário.
Caíque dá alguns detalhes sobre a decoração do casamento. “A decoração foi toda feita com pedrinhas, flores secas desidratadas, tudo o mais natural possível. O Henrique entrou com um buquê na mão de flores com essa pegada mais seca, desidratada. Não teve nada a ver com um buquê tradicional”, fala.
Outro ponto importante foi utilizar matérias que não prejudicassem o meio ambiente. O engenheiro fala que tentaram inserir o mesmo material em quase tudo. “A gente escolheu essa pegada sustentável, então não tinha copo descartável, não tinha prato descartável, não tinha talher descartável. A gente optou por tudo sustentável, tudo de papel, tudo que dava para ser de papel, ser de papel”, frisa.
Além da premissa sustentável, o casal celebrou a união de forma nada tradicional. Os dois fugiram ao máximo dos padrões e criaram um casamento único mesmo sem ter referências.
“Desde a concepção das ideias até a execução no dia a gente optou pela quebra dos padrões heteronormativos e tradicionais do que seria um casamento. A gente não tinha muito precedentes de casamento gay para se inspirar em como que ia ser essa adaptação. [...] Tudo isso teve que ser repensado justamente por a gente não ter esse referencial”, afirma.
O resultado foi um casamento surpreendente e emocionante não só pela união do casal, mas também devido ao contexto político em que aconteceu. Neste mês, a Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei que proíbe o casamento homoafetivo e a união estável entre pessoas do mesmo sexo.
Caique comenta que o casamento foi um ato de conquista de espaço. “Durante a cerimônia a gente perguntou quem já foi em um casamento LGBT. Mais de 80% da festa era LGBT e ninguém nunca tinha ido num casamento, inclusive nós. Então, é uma conquista de espaço, é um espaço que deve ser nosso por direito. Foi um ato político muito grande, muito importante, todo mundo chorando e entendendo a importância de estar ali e de ver que aquilo é possível”, destaca.
8 anos de história - Henrique e Caique nasceram em cidades diferentes do estado de São Paulo. O arquiteto é de Araçatuba (SP) e o engenheiro é de Guararapes (SP), mas foi em Araçatuba que ambos tiveram o primeiro contato.
Na época, os dois estudavam em Presidente Prudente (SP) e não demoraram para começar a namorar. Em 2017 com a faculdade concluída, o casal veio para Capital por questões de trabalho onde seguem vivendo.
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