Antes de ser enterrado, frentista fez última parada no posto que adorava
José faleceu aos 67 anos, e no trabalho era conhecido por ser um ser humano ímpar
Dedicação e carinho eram as duas marcas registradas de José Hernandes Barbosa no trabalho. Durante 27 anos, o frentista bateu ponto no posto de combustível na Avenida Tamandaré, no Bairro Vila Marli, que veio a ser sua última parada antes de ser enterrado no cemitério Jardim das Palmeiras. Familiares e colegas de trabalho prestaram homenagem ao profissional que se despediu da vida, aos 67 anos, após diagnóstico de neoplasia maligna.
José recebeu o diagnóstico que afetou o pâncreas há quatro meses. Durante esse período, o frentista realizou o tratamento e viveu dias bons e outros difíceis até o falecimento no dia 11 de junho. Foi na manhã seguinte que o carro da funerária levou José pela última vez ao lugar que fez parte da sua história e vice-versa.
Durante alguns minutos, funcionários e familiares do frentista compartilharam o pesar pelo homem carinhoso dentro e fora de casa. Para José foram dedicadas algumas palavras. “Essa é uma pequena homenagem para um grande homem. Não tem o que falar dele, tem que ser breve e agradecer tudo que ele fez pela gente”, diz o funcionário do posto. Em seguida foi feita uma oração para que Hernandez fosse recebido “de braços abertos lá em cima”.
Dedicado - Foram 27 anos indo todos os dias ao posto onde José passou pela gestão de quatro gerentes diferentes. Conforme o cunhado, Marcelo Teixeira Delmondes, ele já estava aposentado há dois anos, porém não abdicou de seguir contribuindo com a equipe. “Amava a profissão e gostava muito de trabalhar e ficar conversando com os amigos de profissão”, conta.
O frentista só não aparecia nas primeiras horas do dia, pois gostava de esticar um pouco mais o sono. Porém, José chegava sempre pontual, às 13h20, e só ia embora ao anoitecer. O gerente do empreendimento, Luiz Alberto Calebes relata que o funcionário tinha uma conduta perfeita.
“Ele sempre chegava mora antes com a bicicletinha dele sempre era o último a sair deixava tudo arrumadinho. [...] Ele cumpria a obrigação muito bem, não era de falar muito, mas todo mundo gostava dele. Era um ser humano ímpar”, destaca.
Por quase cinco anos, Luiz e José trabalharam juntos. O gerente que já tem 30 anos de carreira afirma que o frentista foi um dos melhores. “Conduta perfeita, um dos melhores funcionários com quem eu já trabalhei na minha vida”, diz.
Seja na chuva ou meio gripado, o homem fazia questão de pegar a bicicleta e ir para o trabalho. Esse comprometimento é narrado pela filha Wanda Paiva Vargas Delmondes, de 55 anos. “Meu pai era um homem muito íntegro, ele gostava do que era correto, ele não gostava de coisas erradas. Era super pontual nos seus compromissos, no seu trabalho, ele era muito responsável”, completa.
Pai “maravilhoso” e “cuidadoso”, José adotou Wanda e as três irmãs que são fruto de outra relação. O amor pela família que ganhou era tão grande que no fim ele não era apenas padrasto, era, na verdade, o pai. “Eu o considero como um pai há 32 anos [...] posso dizer que meu pai foi maravilhoso, ele foi uma pessoa muito boa”, revela.
Através dos detalhes que José expressava seu carinho e foi “em cima da bicicletinha” que ele construiu a casa e manteve a família bem e unida em Campo Grande.
O frentista deixa família e amigos.
Acompanhe o Lado B no Instagram @ladobcgoficial, Facebook e Twitter. Tem pauta para sugerir? Mande nas redes sociais ou no Direto das Ruas através do WhatsApp (67) 99669-9563 (chame aqui).
Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.