Antes mesmo de conhecer os filhos por adoção, Joelson já se sente pai
Em 2018, ele deu entrada sozinho no processo de adoção e hoje sonha com a casa cheia e as quatro crianças
O sonho de ser pai sempre esteve presente no coração de Joelson Monteiro de Souza, de 31 anos. Em 2018, o enfermeiro deu o primeiro passo para realizar o objetivo de ter uma família. Agora, ele aguarda na fila de adoção com a expectativa de oferecer um lar e muito afeto para quatro crianças.
Assim como muitas pessoas, Joelson diz que esperava o momento certo para construir uma família. “Eu acho que já nasci com essa vontade, mas tinha a visão globalizada de ser casado, estabilizar minha vida e ter meus próprios filhos. No último ano de faculdade recebi crianças que eram de abrigo e algo novo brotou no meu coração, Despertei para realidade”, afirma.
Sem saber se era possível adotar sozinho, o enfermeiro passou a estudar quais diretrizes deveria seguir. "Em 2018 quando dei o primeiro passo até então era muito obscuro a questão da adoção monoparental. Não sabia se era possível”, fala. Para entender a questão, ele recorreu a documentos e pessoas com entendimento na área. "Entrei em contato com a Vara da Infância de Campo Grande”, explica.
A cada etapa cumprida do processo, entre avaliações, exames e cursos, Joelson criava outra visão sobre a adoção. “Fizemos o curso totalmente online onde é mostrado todos os aspectos da adoção, como funciona e como se preparar psicologicamente. Eles desmistificam a adoção e ensinam que aquela criança muitas vezes tem seus traumas”, conta.
No final, o enfermeiro tomou uma decisão importante e contrária de quando deu entrada nos papéis. “Tive uma mudança total de pensamento. Quando dei início ao processo tinha a perspectiva de adotar uma criança de 0 a 4 anos. Quando conclui o curso mudei completamente a faixa para de 2 a 12 anos, porque sei que estou preparado para receber”, fala.
Em março de 2022, Joelson recebeu parecer favorável no processo de adoção. “Foi muito emocionante. Vim chorando do tribunal até em casa. A emoção é muito grande”, frisa. No mês seguinte, ele fez mudança para Rio Verde, a 203km da Capital.
Ele esclarece o motivo que o fez voltar para a cidade natal. “Uma das minhas prioridades era dar um ambiente familiar e em Campo Grande não tenho nenhum familiar. Resolvi voltar para Rio Verde onde mora minha família. É para eles (as crianças) poderem ter esse contato
Para os parentes, o enfermeiro abriu o coração e falou sobre o desejo de ser pai. A primeira a saber e apoiar foi a mãe. “Ela foi mãe solo adotiva, criou alguns sobrinhos desde bebês. Têm vivência dessa realidade, foi a primeira pessoa a me dar apoio. Ela se colocou à disposição de amar, receber”, destaca. O apoio também veio dos demais familiares que entenderam todos os aspectos da adoção. "Expliquei para minha família como funcionava”, ressalta.
Pai em espera - Agora, Joelson aguarda o telefonema que deve o reunir com os filhos. Além de Mato Grosso do Sul, o enfermeiro se colocou à disposição para adotar crianças dos estados de Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso. “São estados que eu teria facilidade de estar indo”, esclarece.
Sem previsão de quando terá o lar completo, o enfermeiro comenta sobre o sentimento de espera. “Cada tocar do telefone é uma batida diferente no coração, cada vez que é um número desconhecido, é uma euforia”, expõe.
Sobre o lar que pretende oferecer, ele responde. “Uma família cheia de amor, amor não vai faltar. Já me sinto pai. Não sei que dia essas crianças vão chegar, mas vão encontrar um pai cheio de amor”, conclui.
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