Aos 93 anos, Jacy se diverte com marchinha e leva filhas para dançar
Seja nos esquentas ou no próprio Carnaval, a corumbaense faz questão de aproveitar a folia
Tirando até as filhas de casa para dançar e aproveitar a noite, Jacy Rodrigues Vieira continua sendo fã de Carnaval aos 93 anos. Seja cantando marchinhas como aquecimento para a folia ou se divertindo em bares e bloquinhos, a corumbaense comprova que idade é o menos importante na hora de ser feliz.
“Eu já tenho 93 anos? Até eu fiquei surpresa agora porque nem com cabelo todo branco eu fiquei”, brinca Jacy ao questionar a filha, Jaciane, sobre sua idade. E quem olha a antiga funcionária da Marinha se divertindo também demora a acreditar nos números.
Sem querer esperar pelo Carnaval oficial, Jacy já até começou a aproveitar o período de festas nos “esquentas” da cidade e, claro, há até vídeo para comprovar tudo. Explicando que nunca entrou para nenhuma escola de samba, ela comenta que seu gosto mesmo é por curtir o Carnaval livremente.
Há mais de 30 anos em Campo Grande, a aposentada explica que viveu a maior parte da vida em Corumbá. Lá, ela conta que as festas eram ainda mais intensas e, mesmo após a mudança para a Capital, ela retornava para aproveitar os blocos de rua e desfiles da cidade natal.
Neste ano, a ideia é continuar por aqui mesmo e, de acordo com Jaciane, a previsão é de que a mãe mantenha a tradição de ir para a rua mais uma vez. “É até engraçado porque ela acaba fazendo com que a gente saia de casa. Ela gosta de ir, dançar, ver as pessoas e a gente achava que poderia ser diferente”, diz.
Sem saber explicar quando o gosto pelas festas nasceu, Jacy detalha que desde que se entende “por gente” frequenta o Carnaval. “Sempre fui, eu gosto de assistir os desfiles, dançar, cantar”.
E, assim que comenta os gostos, as marchinhas já aparecem e a aposentada se entrega ao ritmo na entrevista. Indo desde “Cachaça Não É Água” até “Cadê Zazá”, as letras sempre estão na ponta da língua.
Jaciane detalha que o pai era radialista em Corumbá e, também por isso, a mãe o acompanhava nos trajetos pelos blocos da cidade. “Então eles iam de bloco em bloco e lá é bem mais intenso. Mas quando ela veio para cá e o Carnaval ainda era no Centro, ela continuou frequentando. Participamos da Valu em 2020 e agora, depois da pandemia, vamos de novo”.
Além das festas, Jacy é apaixonada por poesias e também guarda na memória cada uma para recitar. Tanto é que até sua festa de 90 anos foi temática com o poema “E agora José?”, de Carlos Drummond de Andrade.
Se divertindo com a própria vida, ela comenta que muita gente mais nova do que ela incorporou a ideia do “velho”. “Eu faço minhas coisas, me divirto, acho que vivo bem”, resume.
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