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Comportamento

Apaixonado por sebos, Geovani teve a vida salva pelos livros

Geovani acredita que a literatura pode transformar a vida das pessoas.

Por Thailla Torres | 07/07/2024 10:21
Em 2018, ele lançou seu primeiro livro "O Sol na Cabeça", que traz 11 contos com histórias da infância e da adolescência de moradores de favelas.
Em 2018, ele lançou seu primeiro livro "O Sol na Cabeça", que traz 11 contos com histórias da infância e da adolescência de moradores de favelas.

Geovani Martins é um dos nomes mais promissores da atual geração de escritores brasileiros. Sua presença lotou o Lounge das Letras durante a oitava edição da Feira Literária de Bonito, que terminou neste sábado.

Nascido em Bangu, no Rio de Janeiro, o jovem que já trabalhou como "homem-placa", atendente de lanchonete e de barraca de praia, descobriu participando de oficinas em uma feira literária que fazer literatura era um caminho possível.

Em 2018, ele lançou seu primeiro livro "O Sol na Cabeça", que traz 11 contos com histórias da infância e da adolescência de moradores de favelas. O sucesso foi tanto que a obra está sendo adaptada como série e ganhou edições em dez territórios, por casas prestigiosas como Farrar, Straus and Giroux, Faber & Faber, Gallimard, Suhrkamp e Mondadori.

Para a feira, em uma conversa conduzida por Marcelle Saboya, mediadora do grupo Leituras de Macondo, eles debateram sobre a mais nova obra de Martins, o romance Via Ápia. A ficção trata das histórias de cinco personagens que se desenrolam e convergem a partir dos impactos da instalação de uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) na favela da Rocinha. Na trama é possível ver os efeitos perversos da guerra às drogas, como a violência de estado, por exemplo.  "Via Ápia é uma história de fronteiras marginalizadas e o que une as favelas, ao contrário do que se pensa não é a pobreza, mas sim o trabalho precarizado", pontuou.

Ele destacou que cada vez mais as pessoas têm se interessado em histórias como essas e que acredita que, ele, ao lado de outros escritores como Jeferson Tenório por exemplo, tem ajudado a trazer realidades diversas para os leitores.

Instrumento - Geovani acredita que a literatura pode transformar a vida das pessoas. Ele mesmo pontua que sua vida foi salva pela literatura, ao crescer frequentando sebos e lendo clássicos. Mais do que isso, como escritor, ele pontua que assim como a vida dele foi salva pelos livros, hoje ele também é instrumento disso, atuando na transformação dos leitores.

Além disso, ele lembra que eventos como feiras literárias podem fazer toda a diferença; Em 2013 e 2015, sua participação na Festa Literária das Periferias, a FLUP, mudou por completo sua rota de vida. "Foi ali que conheci autores vivos, pessoas que escreviam e com as quais eu podia falar. Percebi que tudo podia ser literatura e que o livro, se pode ser uma ferramenta para oprimir, devia também servir para emancipar", pontuou.

Geovani prepara agora o lançamento de um terceiro livro.

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