Após 15 anos de espera, Joelson morreu 1 mês depois do casamento
Patrícia e Joelson batalharam durante todos os anos para conquistar vida juntos e sonho foi realizado em 2024
“Nesses 15 anos, ele me fez quatro pedidos de casamento. Sempre me levava para viajar e fazia surpresas para mim”, conta Patrícia Araújo sobre a longa espera de Joelson Silva até que, neste ano, o sonho foi realizado. Agora, ainda se recuperando do luto, a campo-grandense conta sobre como as memórias do amor cotidiano é o que ficou após o marido falecer um mês após o casamento.
Em julho de 2009, os dois se conheceram e começaram a namorar em outubro e no dia 18 de dezembro estavam morando juntos. Desde então, surgiu a vontade de celebrar a união com uma festa de casamento, mas foi só em 2024 que o desejo ganhou forma.
“Todo dia 18 ele me mandava flores, presentes e saíamos para comemorar nossos 15 anos juntos. Desde quando ficamos juntos e me pedia para engravidar e sabia que seria uma menina. Demorou um pouco, mas Deus nos abençoou e em agosto de 2014, mês dos pais, sua tão esperada menina veio. Ysabella foi o nome que ele escolheu”, descreve Patri sobre a formação de sua família.
Além de Ysabella, ela já tinha outros dois filhos e o carinho se espalhou por todos os cantos. “Ele foi um homem exemplar, muito carinhoso, sempre ajudou a todos que o procuravam. Tinha uma cara fechada, mas o coração sempre aberto para todos, era muito humilde”.
Com o passar do tempo, a vontade do casamento foi aumentando, mas Patrícia explica que os altos e baixos da vida fizeram com que a festa continuasse ficando para depois. Tomando a família e a casa como prioridades, o restante ficou em segundo plano.
Por trabalhar com salão de beleza, ela conta que o período de trabalho sempre foi extenso e, neste ano, decidiu vender o espaço. “Vendi muito rápido e vi que era Deus. Na outra semana, eu pensei uma surpresa para ele e eu é que pedi em casamento, retribuí o amor e os pedidos que ele já tinha me feito”.
Em maio, os dois foram até um cartório com a desculpa de que Patrícia iria pegar um documento, mas a surpresa era a assinatura do casamento. “Para a minha surpresa, ele aceitou, mas com a condição de que queria uma celebração. Eu nem sabia que seria nossa despedida”.
Cinco dias depois uma cerimonialista foi contratada e em pouco tempo tudo já estava preparado. “Ele pagou o salão de noiva para eu, minha filha e minha mãe. Foi tudo mágico. Ele e os meus dois meninos, além do filho dele, se arrumaram em uma barbearia que ele gostava”, diz.
Patrícia relembra que o dia do casamento foi ensolarado e toda a cerimônia ocorreu em um chalé ao som do saxofone.
“Foi tudo perfeito. Ele disse que não ia chorar e chorou mais do que eu. Nós dormimos lá, tomamos café da manhã, foi um sonho e ele não chegou a ver o vídeo do casamento”, conta. O planejamento era de que após o casamento em maio, a família fizesse uma viagem em julho, mas Joelson faleceu no dia 30 de junho durante um acidente de carro.
Pela manhã, Patri recebeu uma ligação de um amigo dizendo que Joelson estava voltando para casa e sofreu um capotamento na estrada. “Um amigo que estava em outro carro levou ele até Dois Irmãos do Buriti em que ele foi socorrido. Chegando lá, fizeram de tudo para manter ele bem para ser transferido para Campo Grande. Ele estava consciente, falando com a enfermeira”.
Segundo a esposa, os sofrimentos envolveram uma fratura na costela, hemorragias, lesões abdominais e no pulmão, além das pernas. “Cheguei a falar com a enfermeira e ela disse que ele estava consciente. Eu fiquei bem, pensei que ele realmente estava bem”, descreve.
Mas, algumas horas depois, ela recebeu a notícia do falecimento. “Foi o pior domingo da minha vida. Nossos domingos eram sempre juntos, ele não viajava, não andava sem cinto e era um ótimo motorista, mas nesse dia tudo aconteceu”.
Agora, saber que o amor foi compartilhado durante os 15 anos e que o casamento aconteceu é um acalento. “Vivemos intensamente nosso amor e eu demonstrei a ele em vida. Tenho certeza que ele foi feliz e agora está em paz. Nosso amor vai viver para sempre no nosso coração, nas nossas lembranças, na pele e na nossa filha”, completa.
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