Após 50 anos, sorriso de Maria veio com o sonho do vestido de noiva
De véu e grinalda, ela novamente disse "sim" ao amor da sua vida
Após 50 anos de casados, Maria Aurelina Gonçalves de Oliveira, de 71 anos, finalmente realizou o sonho de se vestir de noiva para renovar os votos de felicidade com o Agenor Nunes de Oliveira, 79. Com direito a véu e grinalda, ela celebrou as bodas de ouro ao lado do amor da sua vida no dia 3 de junho desse ano, em Campo Grande. E o que emociona, são as fotografias cheias de sorrisos, como certeza de um sonho realizado.
“O Agenor é o homem da minha vida, amo muito o meu marido”, diz ela toda contente durante a entrevista por telefone. Do outro lado da linha, eles provaram que têm boa memória e que mesmo após cinco décadas, ainda se lembram do primeiro dia em que se viram.
“Tinha ido numa igreja evangélica pela primeira vez. Na época eu estava com 19 anos, ele chegou perto de mim, com um guarda-chuva”, recorda ela. “Estava garoando no dia. Quando a vi, me apaixonei. Mas tinha um namorado”, complementa Agenor.
Na época, eles moravam em Franca – SP, e Maria já tinha um namorado e só tinha tempo para o trabalho, pois tinha que ajudar a mãe e os irmãos dentro de casa. Ao saber da notícia, Agenor não desanimou e continuou conversando com a paquera. Por meio do filho de uma amiga, enviava bilhetes para a casa dela.
“Ele esperava uma resposta minha, mas falei que teria que conversar com o outro que não via há dois meses. Mandei esperar, até que certa vez, ele foi na minha casa para pregar o evangelho à minha família e enquanto Agenor conversava com minha mãe, o namorado chegou no meu portão e expliquei que não dava mais”.
A partir de então, a história dos dois teve início. “Lembro bem, em janeiro de 1970, começamos a namorar e mais ou menos junho ou julho, noivamos e no mês de outubro daquele mesmo ano, nos casamos no cartório”, relata Agenor.
Naquele tempo, não foi possível realizar uma cerimônia tradicional, porque ele ficou desempregado. “Era metalúrgico, mas tinha saído do serviço, por isso decidimos apenas casar no cartório e fazer uma oração em casa mesmo ao invés de casar na igreja, porque não tínhamos condições”.
Sem poder entrar de branco na igreja, Maria deixou o sonho adormecido para cuidar da família. Não demorou muito e logo veio a primeira filha. Tempo depois, vieram para Campo Grande, onde tiveram os outros seis filhos e passaram a vida dedicando-se a eles.
Os anos passaram, os filhos cresceram vendo o amor da família e em 2019, combinaram de celebrar a bodas de ouro no ano de 2020, contudo, a pandemia da covid-19 adiou os planos do casal, que só pôde renovar os votos em uma cerimônia o mês passado.
Enquanto o dia não chegava, Maria revelou aos filhos que sempre teve o sonho de vestir-se de noiva para casar. “Foi a partir daí que começaram a planejar tudo”.
Cuidadosamente, os filhos planejaram cada detalhe da festa em que as mulheres usaram vestidos de cor amarela para combinar com o buquê da noiva. “É minha cor preferida, por isso, a gravata dos filhos também foi amarela e combinou com o tema, bodas de ouro”, afirma Maria.
Após o evento ser adiado em 2020, a família aproveitou que a boa parte já está vacinada para realizar um evento mais intimista neste ano, apenas para os mais próximos. “Muita gente não conseguiu participar por conta do vírus, reduzimos o número de convidados”, diz ela.
Os meses passaram rápido, até que chegou o mês da festa. No dia, Maria acordou cedo para se preparar com a filha e mais tarde dizer novamente o “sim” ao esposo. A felicidade era tanta que quase não coube no peito, e o sorriso que não saia de seu rosto era o sinal de que tudo tinha valido a pena.
Após horas se produzindo, finalmente, ela pôde se ver de véu e grinalda, segurando um buquê. A cena marcou a lembrança de Agenor, que ao ver a esposa entrando de branco no salão onde a cerimônia acontecia, se emocionou. “Chorei, porque não aguentei vê-la sorrindo, ela de branco e eu parecendo Dom Pedro II, com terno. O fotógrafo fazia fotos, não deu para conter a emoção, ainda mais com as declarações que nossos filhos fizeram”, conta ele.
Foi como se tivessem voltado no tempo e nada podia ser mais perfeito que aquele momento em família. “Fiquei tão feliz, estava realizando o sonho mais lindo que já tinha sonhado, foi emocionante”, lembra ela.
“É, meu amor, nossa vida não foi fácil, mas ela foi companheira. Quando estava triste, me ajudava, e é assim que um casal deve ser, quando um tá derrubado, o outro ajuda a levantar”, destaca Agenor, sobre o companheirismo dos dois.
Lá se foram 50 anos juntos. “O segredo é respeito, compreensão e tolerância e tudo isso foi possível porque existe amor. Hoje, temos sete netos que amamos muito também, olhar tudo novamente, é ver que tudo valeu a pena e que venham mais 60 anos de união”, finaliza o marido, todo sorridente ao lado da amada.
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