Após 7 anos, Maria aprende andar e emociona ao levar aliança aos pais
Casamento na noite de quinta-feira (16) surpreendeu convidados e emocionou quem viu Maria andar até o altar
Maria Luiza viveu e aprendeu a andar para ser uma menina feliz e levar as alianças aos pais no casamento. O diagnóstico de paralisia cerebral nos primeiros dias de vida, 9 paradas respiratórias e 3 cardíacas fizeram os médicos darem um perspectiva de movimentos limitados à menininha. Mas ela superou tudo isso e chegou aos 7 anos, sentindo a alegria de andar no dia mais feliz da vida dos pais e emocionando os convidados ao redor.
O desejo de Jéssica Dias Bortolas e Marino Bortolas se realizou na noite desta quinta-feira (16), na simpática Paróquia Santo Agostinho de Hipona, no bairro Taveirópolis, em uma cerimônia católica tomada por um testemunho que surpreendeu até o padre. “Ele disse que, em 25 anos de celebração, esta foi a união mais emocionante que já viu”, conta a noiva.
A história do casamento começou com uma promessa de Jéssica e Marino, quando receberam o diagnóstico de paralisia cerebral de Maria Luiza. Naquela época, eles prometeram que só se casariam quando a filha pudesse andar e levar as alianças até o altar. A fé inabalável trouxe respostas há dois anos, quando Maria começou a dar os primeiros passinhos com uso de um andador.
Mas esse processo até a alegria de vê-la no altar não foi fácil. Maria nasceu prematura, aos 5 meses de gestação, e após paradas respiratórias e cardíacas enfrentou 45 dias de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Só depois tempo Jéssica e Marino a levaram para casa.
De lá pra cá, muita fé, amor e cuidado inundaram a vida da família para que Maria Luíza levasse uma vida normal. Embora tenha uma rotina diurna de fisioterapia, fono e terapia ocupacional para potencializar o desenvolvimento motor, Maria vai à escola, brinca, conversa sobre tudo e vive uma infância como qualquer outra criança, e com o sorriso radiante.
“A gente pediu para Deus que nossa filha ficasse viva, não importasse como, e faríamos de tudo para ela ser muito feliz. E assim tem sido. Há dois anos, ela andou pela primeira vez mesmo com dificuldades e foi avançando”, conta Jéssica.
Foi observando a melhora de Maria Luiza no andador que o casal sentiu no coração que estava na hora de oficializar a união. Quando contaram à filha que ela levaria as alianças, a menininha ficou radiante.
Antes da cerimônia religiosa feita ontem, o casal celebrou o casamento civil em dezembro de 2023, no dia do aniversário da filha. A escolha da data teve um motivo especial. “Foi tão difícil o dia do nascimento dela, que a gente decidiu ressignificar essa data e celebrar a vida, mostrar que dias melhores virão, que não se pode deixar a esperança de lado. Agora essa data ficou completa”.
O momento das alianças na noite desta quinta-feira foi com certeza o mais emocionante da cerimônia. Com o andador, Maria foi até os pais toda sorridente. Em alguns momentos ela também segurou o choro assim como os pais. “Nosso coração ficou tomado de emoção. Desde cedo ela disse que estava super ansiosa e uma pilha de nervos, e assim que entrou a gente não conteve a emoção”.
Jéssica e o marido caíram no choro no altar, assim como boa parte dos convidados, que viajaram quilômetros para presenciar esse momento. Ela é de Goiás e ele de Mato Grosso, mas os dois vivem aqui há 3 anos desde que decidiram se mudar para dar melhor qualidade de vida à filha. “Foi tudo muito lindo, principalmente vê-la emocionada. Além disso, foi a segunda vez em 10 anos que vejo ele [noivo] chorar tanto”.
Depois do turbilhão de emoções na cerimônia, o casal seguiu para uma festa pra lá de animada. E quem mais um vez deu um show foi Maria, que dançou, curtiu, brincou e abraçou a alegria dos pais até o último minuto. “A festa acabou às 6h da manhã e ela foi embora com a gente. Foi lindo viver esse momento”.
Para a mãe, sem dúvidas, a entrada da filha para entrega das alianças foi uma resposta ao coração que nunca perdeu a esperança. “Foi um testemunho de vida para todos os nossos convidados e uma aula na vida sobre persistência. De forma inesquecível”, finaliza.
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