Após admirar muito jardim de rico, Rose criou paraíso particular em casa
Rica no quesito criatividade, ela caprichou na decoração e mostra que qualquer item vira vaso de cactos
O verde da casa combina com o jardim florido cheio de suculentas, cactos e plantas de nomes curiosos. No Bairro Caiobá II, Rose Rocha, de 55 anos, caprichou no quintal que desperta encantamento à primeira vista. O capricho e cuidado ficam evidentes em cada vaso, arranjo e enfeites que decoram o quintal.
Manicure e depiladora, ela é jardineira nas horas livres e sempre que tem oportunidade dedica tempo às plantas. Criativa, Rose utiliza diferentes materiais para criar cachepôs, vasos e outros suportes para as plantas. Nas mãos dela tudo é aproveitado, desde jarra de vidro quebrada a chaleiras antigas.
Vivendo no Caiobá II há mais de uma década, a depiladora conta que foi uma das primeiras a chegar na região. “Eu fui a primeira moradora aqui do bairro desse conjunto aqui. Quando peguei essa casa aqui era tudo mato, só tinha aquelas casinhas ali. Eram quatro ruas que tinham aqui no Bairro. Todo mundo achava o bairro feio, porque era uma lama”, conta.
Antes de ter a residência no bairro, ela já sonhava em ter o quintal com jardim esplendoroso. A família dela trabalhava em casas de pessoas ricas e os jardins desses lares sempre chamavam a atenção pela exuberância.
“Todas as famílias que eram bem de vida tinham jardim, eu achava tão bonito e falei: ‘Vou fazer um pra mim’. Eu fui fazendo coleção, pedindo uma plantinha aqui, uma plantinha lá. Minha mãe tinha samambaia de metro, aquela Comigo-ninguém-pode aí fui fazendo coleção”, diz.
Antes de ter a coleção de cactos, suculentas e flores, Rose perdeu muita planta devido a falta de conhecimento. “As primeiras que peguei todas morreram. Aí fiquei sabendo que quando você ganha muda, você coloca um pouquinho na água para sair aquela raizinha”, fala.
Rose não ficou para trás e cultivou o jardim que dá show de criatividade. Aos poucos, ela foi trazendo verde para o quintal que era só terra. Nos últimos cinco anos, a manicure plantou a grama, a árvore de cravo, orelha de burro, orelha de elefante, begônias, clorofito, dólar, flor de jade, samambaia, cacto sianinha, cacto estrela, mini babosas e outras tantas plantas que nem a moradora tem certeza do nome.
Além da quantidade de cactos e suculentas, outro detalhe que não passa despercebido são os vasos improvisados de Rose. Aquário, jarra de vidro, xícaras de porcelana, embalagens de molho de tomate, garrafas de água sanitária, monitor de computador, pneu, pia e outros objetivos foram preenchidos por terra e mudas.
A jardineira mostra que com um pouco de imaginação é possível ter um vaso personalizado sem desembolsar nada. “Tem muita gente que não tem planta porque vai comprar um vaso e um bom é a partir de R$ 50”, declara.
É difícil ver de primeira tudo que o quintal de Rose oferece. É necessário olhar pausadamente, admirar vasinho por vasinho até descobrir que ali tem enfeites de joaninha, formiga, peixe, pedras coloridas e madeiras pintadas.
Durante o passeio pelo ambiente, a moradora mostrava conhecimento, contava curiosidades de plantas, formas de cultivar e fornecia dicas preciosas. “Quando você quer começar um jardim você começa com as plantas que são rasteiras porque são mais fáceis de ser mais maleável. A primeira planta que tive foi essa que é rasteira, a primeira que ganhei”, comenta.
Em parte do jardim, os suportes de ferro de duas máquinas de costura revelam que o quintal preserva relíquias. As máquinas pertenciam à falecida mãe que era uma exímia costureira e fã de plantas. “Eu comecei a gostar pela minha mãe, porque ela tinha samambaia, minha mãe tinha muita planta. Quando a gente mudava um caminhão era só para as plantas”, recorda.
Durante a tarde, o quintal da casa garante uma boa sombra e é impossível não se sentar nos bancos de madeira e não querer ficar ali pelo resto do dia. Sensação parecida sentem as clientes que Rose recebe no jardim. “Eu coloco o tapete aqui pra atender elas e elas falam: ‘Eu me sinto tão bem no jardim, parece que o ar é diferente’. As plantas fazem isso, planta é vida”, destaca.
Rose faz questão de espalhar um pouco dessa vida para outras pessoas. Sempre que pode, alguém pede ou é feita limpeza no terreno, ela doa as mudas que cuida com carinho impar.
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