Após tragédia, família leva neto para plantar pau-brasil e ensina a preservar
Família costuma plantar árvores no bairro, mas tragédia de Brumadinho foi start para dar bom exemplo ao Benício, de 5 anos, em pleno sábado.
A cena de uma família plantando árvore, às 8h da manhã, é razão para acreditar em um mundo melhor no futuro. Enquanto muita gente ficou em casa, a professora Nazira Dolaboni, de 59 anos, saiu com o filho Jacob e o neto Benício, com destino a uma área do Bairro Vilas Boas para plantar uma árvore. O objetivo era ensinar à criança sobre a importância de preservar a natureza, para um amanhã diferente, longe das tragédias ambientais.
Mãe e filho costumam cultivar plantas no bairro, e incentivam moradores a plantarem em terrenos abertos, especialmente, áreas que pertencem a prefeitura de Campo Grande e com destinos incertos. Mas, neste sábado (26), o start para pular cedo da cama foi a tristeza com o rompimento da barragem de Brumadinho (MG), que deixou mais de 300 pessoas desaparecidas, na última sexta-feira (25).
Benício tem 5 anos, é um menino tímido, mas observou atento o passo a passo do tio para plantar a árvore que dá nome ao nosso país: o pau-brasil (Caesalpinia echinata), segundo o advogado Jacob Dolabani de Castro, que diz ter cultivado a muda durante dois anos, após ganhar de um amigo. "Cada morador aqui planta, nós somos só mais uma família, mas é importante esse tipo de ação", diz o advogado, de 32 anos.
"Além de consciência, a ideia é melhorar a nossa própria vida. Graças a Deus Campo Grande é uma cidade abençoada com arborização, mas para isso continuar tem que incentivar as gerações futuras", acrescenta Nazira.
Entristecido com a tragédia, sair de casa em pleno sábado para mexer com a terra desperta a esperança, diz o advogado. "Em menos de três anos romperam duas barragens, então acho importante ter essa consciência ambiental. É nessa idade que elas (crianças) começam a ter consciência do que a árvore representa para o meio ambiente. E também para a despoluição", diz.
O que era uma preocupação em Minas Gerais, desperta atenção, também, em Mato Grosso do Sul. "Da cidade onde venho, Corumbá, são muitas barragens que também podem romper. Então é uma consciência necessária".