Após vários acidentes, pedido de esposa foi parar na bag de Jefferson
Mensagem é lembrete para ele e para os demais condutores de que ele tem uma família lhe esperando em casa
“Mozão, volte pra casa, te esperamos”, é recado que o motoboy Jefferson de Lima, de 34 anos, carrega em sua bag de entregas como um lembrete, para ele e para os demais condutores, de que ele tem uma família lhe esperando em casa, e que ter empatia no trânsito é necessário.
Quem colocou o recado ali foi sua esposa, Tarsila Lopes, de 33 anos, após o marido sofrer vários acidentes de trânsito trabalhando, sendo que três deles foram graves, a ponto de Jefferson precisar se afastar do trabalho.
Do outro lado da bag, os dizeres “não é perigoso andar de moto, perigoso é andar aos lado de quem não respeita nosso trabalho, motoboy também tem família", também funciona como um lembrete de conscientização para quem não respeita as regras de trânsito.
Jefferson conta que já chegou a quebrar a bacia, a clavícula e duas vezes a perna esquerda, todas as situações em acidentes diferentes. No caso da perna, a fratura o impossibilitou de andar por bastante tempo.
“Ela sempre faz esses versinhos. Ela é professora de artes, então ela sempre tem essas ideias na mente. Já brinquei com ela, que ela está me deixando famoso. O pessoal para na rua, no trânsito, o pessoal baixa o vidro [do carro], pede para tirar foto”, detalha Jefferson, que confessa ter criado mais responsabilidade e atenção no trânsito.
Jefferson, a esposa e as duas filhas, de 11 e 15 anos, se mudaram para Campo Grande há um ano atrás. A família morava em São Paulo, na Capital, e a decisão de mudar de cidade foi um pedido de Tarsila, que queria um lugar mais seguro para criar as filhas e para o marido trabalhar.
A mãe de Jefferson já morava na Capital sul-mato-grossense, e a família acabou se apaixonando pela cidade ao fazer uma visita.
“Minha esposa passou por algumas situações de assalto, então ela ficou meio abalada. Já que a gente não estava pretendendo mais ficar ali e mudar de outra região, nos apaixonamos pela cidade, estamos aqui até hoje”.
Em suas primeiras impressões da cidade, Jefferson relata que achou Campo Grande bastante tranquila e acolhedora, exceto pelo trânsito. “Apesar da cidade ser pequena, o trânsito é bem complicado. Por isso ela colocou aquele avisozinho”, diz.
Por aqui, ele confessa que o lucro trabalhando como motoboy é menor, mas o custo de vida, lazer, educação e segurança são melhores que na Capital Paulista. Uma das cenas que o deixou impressionado, foi quando ele deparou com homens dos clubes de motos parados no semáforo.
“Com uma moto daquelas, parar assim no sinal em São Paulo tem que ter coragem, porque você é assaltado. Eu já tive uma XRE [modelo de moto], mas tive dois assaltos, aí eu desfiz dela, porque é uma moto muito visada para rua”, conta
A família ainda trouxe de São Paulo os cachorros Be, Sapeca e Brigadeiro, e em solo campo-grandense adotaram o Zais. “Minha esposa foi comprar pão e viu ele na rua. Ela falou, ‘vou pegar ele, vou dar de presente pro meu marido’, porque ela sabia que eu não ia querer, só que eu acabei gostando tanto do bichinho”, finaliza.
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