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Comportamento

AVC fechou portas, mas Mauriziu não desistiu do sonho de ser professor

Formado em Educação Física, ele enfrentou preconceito no mercado de trabalho antes de conseguir emprego

Jéssica Fernandes | 11/09/2023 07:00
Mauriziu Mascarenhas Souza, de 39 anos, é formado em Educação Física. (Foto: Juliano Almeida)
Mauriziu Mascarenhas Souza, de 39 anos, é formado em Educação Física. (Foto: Juliano Almeida)

Mauriziu Mascarenhas Souza, de 39 anos, ouviu muitos nãos antes de conseguir uma oportunidade de emprego como professor de educação física. Por ter sofrido um AVC (Acidente Vascular Cerebral) na infância, ele foi desconsiderado mais de uma vez em entrevistas de trabalho.

Ao Lado B, o profissional conta um pouco da sua trajetória, os tratamentos que o acompanharam durante anos, o preconceito e como deixou tudo isso para trás.

Para falar do AVC, Mauriziu recorda uma série de acontecimentos à parte do ‘evento’ que definiu os próximos anos de vida. “Temos que retroceder no tempo ainda nos anos 80. Eu estava passando da hora de nascer e quando nasci estava com falta de oxigenação, depois de um tempo já engatinhando um espelho caiu na minha cabeça”, comenta.

Profissional segura o álbum de formatura da graduação em 2021. (Foto: Juliano Almeida)
Profissional segura o álbum de formatura da graduação em 2021. (Foto: Juliano Almeida)

Em dezembro de 1991, ele estava em casa quando sofreu mais um incidente. “Um espeto de churrasco perfurou o rosto logo abaixo do olho esquerdo. Entrando para dentro de casa com o rosto sangrando sentei no sofá quando no mesmo comecei a escorregar para o lado esquerdo foi quando de fato ocorreu o evento (AVC)”, diz.

A partir disso, o profissional de Educação Física passou por uma série de exames e foi recomendada a fisioterapia. Durante a rotina de sessões, Mauriziu descobriu o esporte e foi isso que deu início a um capítulo à parte, mas muito importante para história dele.

Futebol e atletismo foram as principais atividades que ele se dedicou. Depois veio a academia onde Mauriziu levou ‘anos para atingir uma correção postural significativa’. Apesar dessa correção, ela convive com algumas sequelas do AVC. “A sequela da lesão ficou do lado esquerdo braço e perna que ficaram com limitações motoras”, diz.

Juventude do profissional foi marcada pela prática esportiva. (Foto: Juliano Almeida)
Juventude do profissional foi marcada pela prática esportiva. (Foto: Juliano Almeida)

Devido ao contato e gosto que criou pelo esporte, não foi difícil escolher qual curso fazer na faculdade. “A graduação em educação física veio do fato de eu já ter sido atleta e fazer ‘um paralelo’  entre o lado teórico para de alguma forma aliar com a prática já vivenciada e entender melhor o treinamento e condicionamento”, explica.

Os anos de estudo e a experiência na faculdade não foram desafiadores para ele. Após a formação, em 2021, que Mauriziu começou a enfrentar negativas de quem acreditava que ele não poderia exercer a profissão.

“O mais complicado não foi a graduação e sim as barreiras pós-formado, tendo que escutar ‘seu perfil não combina com a empresa’ vários nãos foram ouvidos”, pontua.

Tudo mudou quando o profissional recebeu uma oportunidade, que foi imediatamente agarrada. “Quem abriu as portas para eu pudesse exercer a profissão foi a Cassems juntamente com o coordenador Nakal que apostou e acreditou na capacidade de exercer a profissão”, afirma.

Na empresa, ele atua no centro de prevenção onde atende pessoas aposentadas e outras a partir de 40 anos. No lugar são ofertadas aulas de hidroginástica e musculação para esse público.

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