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Comportamento

Avós vão à Finlândia ver o neto, mas Lucas adiou chegada para visitá-los aqui

Márcia e Sinai esperaram o nascimento por semanas, mas garotinho decidiu chegar quando os dois embarcaram para o Brasil

Danielle Valentim | 02/01/2020 06:12
Visita de Lucas é o melhor presente já recebido pelos avós corujas. (Foto: Kísie Ainoã)
Visita de Lucas é o melhor presente já recebido pelos avós corujas. (Foto: Kísie Ainoã)

A chegada do primeiro filho, neto ou sobrinho é sempre sinônimo de euforia. Com a filha morando na Finlândia há quatro anos, a notícia da gravidez soou como uma canção para Márcia e Sinai, que voaram rapidamente ao país europeu, com a notícia de que o parto poderia se adiantar. A surpresa é que o pequeno Lucas decidiu ficar mais um pouquinho da barriga da mamãe e durante as cinco semanas de estadia dos avós,ele só quis dar um "oi" depois que o casal embarcou de volta ao Brasil.

Aos 31 anos, Larissa Kananen é a mãe de Lucas. Ela foi personagem do Lado B, em 2016, quando se casou com Eetu Kananen, também de 31. Os dois se conheceram a partir de amigos em comum, se apaixonaram e logo depois se casaram. O casal mora na Finlândia Central, que para parâmetros brasileiros não é uma cidade grande, com cerca de 120 mil habitantes, porém é a quinta maior do país.

Lucas chegou em fevereiro e completou a família metade finlandesa, metade brasileira. Larissa conta que toda a mudança de planos começou, quando teve um problema na placenta e todos os exames indicaram a possibilidade de um parto adiantado.

Larissa conta que fez de tudo para que Lucas nascesse, mas ele não quis, mesmo. (Foto: Kísie Ainoã)
Larissa conta que fez de tudo para que Lucas nascesse, mas ele não quis, mesmo. (Foto: Kísie Ainoã)

Os pais de Larissa já iam visitar a filha, mas com a notícia adiantaram as passagens e cruzaram o Oceano Atlântico. A reviravolta começou quando desembarcaram no país e a situação da gestação se normalizou.

Parece enredo de filme, mas é a pura realidade. “Meus pais ficaram cinco semanas em casa e nada do Lucas nascer. Eu tentei de tudo. Chás, seis tâmaras por dia, limpar casa, subir e descer escada. Tentei tudo. Eu fiquei mais chateada que eles. Quando minha bolsa estourou, eles ainda estavam no voo. Detalhe, ele nasceu no nosso aniversário de casamento”, conta Larissa.

Larissa é psicóloga, mas neste momento se dedica exclusivamente ao filho. Já o marido é carpinteiro e atua na construção de casas. Lucas é um bebê que, praticamente, já entende três idiomas. “Eu me relaciono com meu marido em inglês, mas com ele eu falo português. Já meu marido só fala com o Lucas em finlandês. Então, basicamente, são três idiomas em casa”, conta.

Durante os últimos 10 meses, o contato com os avós brasileiros aconteceu por chamada de vídeo. E deu certo, assim que chegou reconheceu o rosto de todos. Enquanto o Lado B conversava com a família, Lucas brincou na sala toda e mostrou que adora quando alguém bate palminhas para chamar sua atenção. Um bebê muito simpático.

Lucas é um baby, muito simpático. (Foto: Kísie Ainoã)
Lucas é um baby, muito simpático. (Foto: Kísie Ainoã)
Sinai diz que sua nova profissão é: avô. (Foto: Kísie Ainoã)
Sinai diz que sua nova profissão é: avô. (Foto: Kísie Ainoã)
"A gente fica feliz porque eles estão bem", diz Márcia. (Foto: Kísie Ainoã)
"A gente fica feliz porque eles estão bem", diz Márcia. (Foto: Kísie Ainoã)

Aos 56 anos, Sinai Rodrigues da Silva, é servidor público federal, mas reforça que sua nova profissão é ser avô. Para brincar com o netinho, vai para o chão da sala e faz a festa com o pequeno. “E o presente que foi? Eu sempre sonhei com um neto. E com toda essa história confesso que ele me traiu. (risos) A vantagem é que ele gosta do avô. Quando eu olhei aquele cabelinho branco pelo celular, lá no aeroporto, aí foi difícil segurar”, conta Sinai, emocionado.

A vovó Márcia Roseli Antunes da Silva, de 53 anos, é professora e chega a agradecer a correria da profissão, que ameniza a saudade diária. “Larissa posta fotos todos os dias e é assim que a gente vai acompanhando. Nos vídeos ele já nos compreende. É difícil, mas a gente fica feliz porque eles estão bem. Como eu trabalho o dia todo, é um dia corrido, talvez se eu tivesse desocupada eu sofreria um pouco mais”, completa Márcia.

Lucas e os pais em porta retrato. (Foto: Kísie Ainoã)
Lucas e os pais em porta retrato. (Foto: Kísie Ainoã)

Sinai admite ser um pai super protetor, demorou a aceitar o namoro, mas apoiou a escolha da filha depois de conhecer toda a família finlandesa.

“Nós temos alguns princípios familiares, mas fiquei tranquilo quando conheci a família, inclusive, uma família maravilhosa. E eles namoram, se amam. Isso para nós é muito importante. Eu fiz o rastreamento da família (risos) e como ela já era adulta eu apoiei. Eu sempre disse para a Larissa que ela teria que escolher alguém que gostasse dela, como eu gosto da mãe dela. Nós temos 34 anos de casados, namorando. E o Eetu gosta da Larissa. Ele também queria filhos, assim como a Larissa, então foi tudo muito acertado e o Lucas foi mais um presente de Deus”, explica Sinai.

O avô reconhece que a saudade é forte, mas que os tempos mudaram e por meio da internet consegue se comunicar todos os dias. “Eu lembro quando eu saí de casa, que minha mãe só recebia uma carta minha 30 dias depois”, lembra.

O Lado B acha que Lucas esperou Márcia e Sinai voltarem de só para visitá-los. Afinal, casa de vó é tudo de bom. Larissa, o marido, os sogros e o filho chegaram no dia 25 de dezembro e ficam até meados de fevereiro. Enquanto isso, o pequeno é muito beijado, abraçado e apertado por toda a família e amigos que moram tão longe.

Larissa mantém o blog "Em Terras Finlandesas" e tira muitas dúvidas da região. 

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As duas famílias reunidas na sala, em Campo Grande. (Foto: Kísie Ainoã)
As duas famílias reunidas na sala, em Campo Grande. (Foto: Kísie Ainoã)
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