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Comportamento

Cansado da vida comum, casal vive em Kombi e leva afeto para o mundo

De passagem por Mato Grosso do Sul, casal contou como é a experiência de não ter endereço fixo viver com pouco

Thailla Torres | 16/02/2020 08:20
Kombi equipada é casa de Eduardo e Letícia que se dedicam ao voluntariado. (Foto: Arquivo Pessoal)
Kombi equipada é casa de Eduardo e Letícia que se dedicam ao voluntariado. (Foto: Arquivo Pessoal)

Uma dupla que não tem padrão e nem frescura. Assim é possível definir o casal, Eduardo e Letícia, que há alguns leva conhecimento e afeto pelo mundo, sem cobrar nada em troca. Assim eles se definem como “um casal de voluntários em tempo integral”.

Eduardo João Rezek Filho, 39anos, é médico veterinário e campo-grandense. Letícia Fernanda de Souza Miranda, 34, é formada em Negócios Internacionais e mineira. Os dois se conheceram durante voluntariando no Pantanal. “Depois de alguns meses começamos a conversar pela internet, começamos a namorar à distância e depois de 5 meses fomos morar juntos em Campo Grande”, lembra Letícia.

Ela havia deixado o emprego para se mudar para Campo Grande quando passou um período de várias tentativas frustradas de continuar em um trabalho tradicional, Eduardo, chamado por ela carinhosamente de Mano, também não estava feliz ficando sempre longe na fazenda. “Nesse tempo percebemos que éramos realizados quando estávamos voluntariando. Também percebemos que a nossa felicidade estava num estilo de vida mais simples e que poderíamos ser felizes com menos, assim, decidimos nos dedicar integralmente ao voluntariado”.

Os dois se conheceram durante voluntariado no Pantanal.
Os dois se conheceram durante voluntariado no Pantanal.

O trabalho do casal consiste em estar disponível para ajudar no que for preciso. “Nossa nova vida está em constante construção, não temos um padrão em como ajudar. Nos despimos de nossas profissões”.

Letícia e Eduardo já foram pedreiros, faxineiros, auxiliares em creches, padeiros e cozinheiros, por exemplo. “Já fizemos muita coisa que nem tínhamos experiência, mas a boa vontade ajudou. Obviamente toda nossa bagagem de estudos também já nos foi muito útil, auxiliando na administração de projetos e em atendimentos como médico veterinário”.

Em resumo, se alguém solicita o casal e os dois percebem que ação é para um bem maior, lá vai os dois com a mochila nas costas ajudar o mundo. “É uma rotina diferente de constante aprendizado. Buscamos entender o que precisa ser feito versos o que a sociedade impõe. Precisamos desmitificar que trabalho é só aquele que te ocupa todos os dias úteis e sucesso é só carreira de executivo. Qualquer atividade útil ao próximo é trabalho. Atualmente nosso tempo é investido em como sermos pessoas mais úteis e melhores, apesar de nossos defeitos”.

Sempre que algum projeto solicita, os dois se dedicam a ajudar o próximo.
Sempre que algum projeto solicita, os dois se dedicam a ajudar o próximo.
Entre os projetos, eles já contribuíram muito na África.
Entre os projetos, eles já contribuíram muito na África.

É claro que o voluntariado exige renúncias, mas Letícia e Eduardo parecem estar prontos para qualquer desafio. “Aparentemente abrimos mão de casa, televisão, internet banda larga, carro, carreira, salários bons para vivermos na kombi, com nossas roupas em malas, mas isso nos trouxe a felicidade. Não só o voluntariado, a vida simples é a principal mudança. Tomar um tereré sentados na porta da kombi depois de um dia de trabalho ao próximo é recompensador”, garante.

Para sobreviver com pouco, o casal também faz trabalho artesanal. “Sou recém formada em Reiki através de uma doação da Omniterapia aqui de Campo Grande, também sou aromaterapeuta. Com esses conhecimentos desenvolvemos produtos que possam nos auxiliares na renda e também às pessoas. São produtos terapêuticos à base de óleos essenciais que só vendemos quando estamos no período entre projetos”.

O casal também vive de doações através da conta bancária ou vaquinha virtual. “Quando estamos em projeto geralmente não temos nem endereço certo, nem comércio ou correios que nos permita a produção e venda”, explica.

A lição que fica para o casal traz alguns clichês, mas que são altamente gratificantes, garante Letícia. “É na simplicidade que está a verdadeira felicidade e quem ajuda é o maior beneficiado de todos”.

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“É na simplicidade que está a verdadeira felicidade e quem ajuda é o maior beneficiado de todos”, diz Letícia.
“É na simplicidade que está a verdadeira felicidade e quem ajuda é o maior beneficiado de todos”, diz Letícia.
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