Na “terra dos homens”, vender corte de cabelo, camiseta e perfume é lucro certo
Os produtos atraem os milhares de trabalhadores que migram para Inocência
A fábrica de celulose orçada em bilhões, que está na etapa de terraplenagem na MS-377, movimenta a economia na área urbana de Inocência, que dista 50 km do canteiro de obras.
RESUMO
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A construção de uma fábrica de celulose em Inocência, MS, está impulsionando a economia local. Comerciantes relatam aumento na venda de produtos como camisetas, cuecas, perfumes e cortes de cabelo devido à migração de trabalhadores. A demanda por esses itens cresceu tanto que os estoques precisaram ser reforçados. A fábrica, que emprega atualmente 2.400 trabalhadores e espera chegar a 14 mil na fase de construção, trouxe pleno emprego à região, com vagas em vários setores. A cidade, que antes dependia principalmente do laticínio e comércio, agora vive um crescimento significativo, com expectativa de triplicar sua população.
Numa realidade numérica com bem menos zeros, a reportagem do Campo Grande News encontrou comerciantes animados, principalmente quem vende camiseta, cueca, perfume e corte de cabelo.
Os produtos atraem os milhares de trabalhadores que migram para a cidade, a 331 km de Campo Grande. Neivanda Dias Junqueira, 43 anos, conta que sempre trabalhou com vendas, mas agora precisou reforçar o estoque.
“Teve que aumentar porque a demanda cresceu. A gente já pediu bastante mercadoria. Porque a população vai triplicar. Tem mais gente para chegar”, diz.
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A lista dos mais vendidos tem meias, cueca, camiseta e perfume. “Eles gostam muito de comprar perfumes e o Malbec tradicional é o que mais vende. Eles amam”, diz a comerciante. O vidro custa R$ 200.
As lojas vivem os bons tempos do pleno emprego. “Aqui, não falta serviço. Tem vaga nas obras, nas firmas, no comércio. Antes era só o laticínio, prefeitura e comércio. Agora, não falta emprego e por mais que a obra seja por alguns anos, muitos vão ficar e a cidade vai crescer”, afirma Neivanda.
Com tanto homem pela cidade, o movimento aumentou no salão do cabeleireiro João Reis Ferreira, 66 anos. O corte custa R$ 35. “Sempre tem cliente e vai chegar muito mais gente”, comemora.
O paulista João tem uma longa história com Inocência, município que conheceu na década de 70. “Mudei para cá em 1975, depois voltei para São Paulo. Me casei e retornei em 1981. Morei em fazenda por muito tempo e vim aqui para cidade em 1986, essa avenida aqui era areia. Já fui pedreiro, motorista e fiz curso de cabeleireiro há 24 anos”, conta. Em tantos anos, nunca havia testemunhado crescimento tão expressivo.
No salão, aumentou muito o número de clientes. Mas quando anunciou que a Arauco ia vir para cá, na primeira reunião com o prefeito, já mudou tudo”, diz João.
Na obra da fábrica, são 2.400 trabalhadores, com previsão de 14 mil pessoas na etapa de construção. Mas a empresa não vem sozinha. Muitas outras firmas já chegaram a Inocência, em setores como engenharia e automação industrial.
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