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Comportamento

Capital já teve granfinagem na Ary Coelho e presos limpando as ruas

Documentos do Arquivo Histórico de Campo Grande também contam sobre epidemia de gripe espanhola

Por Aletheya Alves | 23/02/2024 06:53
Rua 13 de Maio no início do século passado, em Campo Grande. (Foto: Arquivo/Arca)
Rua 13 de Maio no início do século passado, em Campo Grande. (Foto: Arquivo/Arca)

O século passado, em Campo Grande, foi bastante movimentado no sentido histórico e bastante peculiar. Tomando esses fatos como algo que integra a construção da cidade, o Arca (Arquivo Histórico de Campo Grande) guarda informações como a evolução do antigo cemitério em praça com espaço para a “elite”, presos trabalhando na limpeza da Capital e falta de energia elétrica por três meses.

Detalhando as curiosidades expostas pelo Arca, a Praça Ary Coelho realmente passou por uma transformação. Isso porque antes de ser um espaço para que a população aproveitasse, foi um cemitério e, anos depois, receberia trabalhadores com trajes formais para atender os granfinos da cidade.

“Em 1925, foi construído na Praça Ary Coelho o ‘Pavilhão do Chá’, um local refinado onde eram oferecidos ‘artigos de confeitaria, bebidas, refrigerantes e outros atrativos’". Os empregados deveriam trajar ‘smuk branco, avental branco e calças pretas’”, informa a descrição do arquivo.

Indo para anos ainda mais antigos, em 1913, foram solicitadas plantas ornamentais do Horto da Penha e do Jardim Botânico do Rio de Janeiro para arborizar o município. “O transporte seria via marítima e fluvial até o Porto Esperança e pela Noroeste do Brasil, até Campo Grande”.

Vias principais de Campo Grande, como a 14 de Julho, receberam a limpeza de presos. (Foto: Arquivo/Arca)
Vias principais de Campo Grande, como a 14 de Julho, receberam a limpeza de presos. (Foto: Arquivo/Arca)

Seguindo a linha cronológica, em 1916, o governo decidiu que presidiários iriam fazer a limpeza das ruas da Capital. Para que tudo ocorresse conforme o previsto, eles eram fiscalizados por policiais requisitados pelo município.

Também no assunto de policiamento, dois anos depois, foram pedidas providências urgentes para que a segurança fosse reforçada.

“A cidade estava infestada de aventureiros atraídos pelo jogo, o comércio se sentia ameaçado e a população estava alarmada com roubos e tiroteios”, diz o arquivo.

No ano de 1919, sofrendo com a epidemia de gripe espanhola, foram registrados dois mil casos em Campo Grande, sendo que 96 pessoas morreram. Em todo o mundo, foram 50 milhões, em média, de mortos.

De acordo com o Arca, os dados regionais foram enviados pelo então intendente de Campo Grande ao Secretário do Interior, em Cuiabá.

E, engraçado imaginar isso nos dias de hoje, foi necessário registrar em 1921 que estava proibida a instalação de cocheiras nas ruas centrais de Campo Grande.

Para fechar a lista, nada fácil, as décadas iniciais do século passado continuaram se complicando para os moradores. “A interrupção do fornecimento de energia elétrica à cidade por 90 dias motivou a aplicação de multa à Companhia Matogrossense de Eletricidade, em 1924”.

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