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Comportamento

Chácara é paraíso particular que Joanita e Davi aproveitam há 22 anos

No Pedrossian, propriedade representa sossego que casal vive com galinhas e outros animais que os visitam

Jéssica Fernandes | 23/06/2023 06:43
Há 22 anos, Davi e Joanita transformaram Chácara Samambaia em paraíso. (Foto: Jéssica Fernandes)
Há 22 anos, Davi e Joanita transformaram Chácara Samambaia em paraíso. (Foto: Jéssica Fernandes)

A Chácara Samambaia é o refúgio que Joanita Ferreira, de 64 anos, e Davi Poles, de 71, criaram dentro da cidade no Bairro Maria Aparecida Pedrossian. Em uma rua sem saída, o portão colorido pelos tons do Pantanal é a porta de entrada para o paraíso particular do casal.

Há 22 anos, eles adquiriram a área de um hectare e meio onde construíram a casa em que vivem na companhia de dois cachorros, muitas galinhas, patos e outros animais que visitam a chácara.

A propriedade é rodeada por enormes árvores do Cerrado. Elas estão espalhadas por toda parte e foram plantadas no lugar anos antes de o casal sonhar em ter a chácara.

Propriedade de um hectare e meio fica localizada em bairro de Campo Grande. (Foto: Jéssica Fernandes)
Propriedade de um hectare e meio fica localizada em bairro de Campo Grande. (Foto: Jéssica Fernandes)

Davi é natural de Americana (SP) e Joanita de Guia Lopes da Laguna (MS). Apesar de serem de estados diferentes, ambos cresceram em cidades marcadas pela tranquilidade. Como eles também gostam da natureza, a oportunidade de comprar a chácara e reformar a casa foi irrecusável.

Joanita fala sobre as primeiras e últimas mudanças que fizeram no terreno, sendo a última delas o chamativo portão. “Não era essa casa, na verdade era uma outra e a gente reformou. A opção de fazer aquela paisagem linda no portão, que faz um monte de gente vim olhar, foi ideia dele (Davi)”, conta.

A pintura é marcada pelo azul que simboliza o rio, o verde das árvores e plantas e o amarelo dos ipês. Para completar, o muro do portão ganhou uma onça-pintada, tucano, arara e diversos tuiuiús. A obra foi feita há uma década por um vizinho chileno do casal.

Varanda é ocupada por cadeiras, mesa de madeira e aos fundos por fogão à lenha. (Foto: Jéssica Fernandes)
Varanda é ocupada por cadeiras, mesa de madeira e aos fundos por fogão à lenha. (Foto: Jéssica Fernandes)

Voltando ao assunto da chácara, a moradora fala que o estilo da varanda na época era raridade nas propriedades da cidade. “Lá em Americana, usava esse estilo de cobertura e aqui não tinha ainda. Lá nós vimos o estilo e quando fomos construir achamos melhor assim”, diz. “Nós acompanhamos o negócio da madeira”, completa Davi.

A varanda tem uma extensa mesa de madeira com quatro bancos, cadeiras de fio e a área gourmet com churrasqueira e fogão à lenha feito com tijolos. Já do lado esquerdo fica a piscina que o casal fez para a diversão da família.

Percorrendo a varanda, Joanita mostra o caminho que leva ao pomar e ao galinheiro onde são criadas galinhas da angola, polonesa e os patos. A paisagem é uma das características que fazem Joanita lembrar onde cresceu. Ela comenta que prefere a natureza do que o agito da cidade.

Veja o vídeo:

“Tem muita chácara, fazenda assim lá. Eu vim do interior e gosto disso aqui, eu não sou de cidade, sempre falo que não sou de cidade grande. Aqui a gente está no paraíso. Eu estou onde gosto, onde não tem esse movimento e a correria da vida. A gente queria fazer uma coisa diferente, uma chácara mesmo”, afirma.

Além da casa, o pomar também é invenção do casal, que plantou laranjas e mais de um tipo de mexerica. O resultado são árvores carregadas de frutos que também se espalham no chão. No pomar, uma cutia corria para longe à medida que nos aproximávamos.

O animal, segundo Joanita, é um dos vários que costumam visitar a região. “Às vezes vem macaco aqui, anda na beirada muita anta, aí tem aquele tamanduá-bandeira. Aqui estamos no meio de uma área de preservação”, explica.

Galinheiro onde estão as galinhas da angola e os patos. (Foto: Jéssica Fernandes)
Galinheiro onde estão as galinhas da angola e os patos. (Foto: Jéssica Fernandes)

O pomar, assim como a horta, é um dos passatempos da moradora que sente satisfação em se ocupar mexendo com a terra e cuidando do que plantou. “Eu gosto de mexer com planta, gosto de ter uma atividade. Isso aqui pra mim é uma terapia, então eu gosto dessas coisas”, resume. O sentimento é o mesmo para Davi. “Aqui é a paixão dele”, frisa.

A conversa segue com Joanita colhendo algumas das mexericas das árvores. Além de compartilhar o gosto pessoal, ela fala dos netos e como há alguns anos o portão atraiu diversas pessoas, mas não por causa da pintura. “Ali virou ponto turístico, porque tem aquele joguinho de procurar os bichinhos, o Pokémon, e aqui tem o ponto do Pokémon. Meus netos olhavam e falavam: ‘Aqui! Tem um no seu muro”, comenta.

Durante a passagem pela chácara, os ruídos da cidade ficaram para além do portão. Dentro da propriedade, no máximo se ouvem cacarejos, o som dos próprios passos sobre as folhas e o movimento da rodovia a distância. A Chácara Samambaia é o paraíso particular que Joanita e Davi criaram no bairro.

Muro colorido pela paisagem do Pantanal é porta de entrada do paraíso. (Foto: Jéssica Fernandes)
Muro colorido pela paisagem do Pantanal é porta de entrada do paraíso. (Foto: Jéssica Fernandes)

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