Com 40 pares de All Star, Jurema é apaixonada pelo tênis que atravessa gerações
A professora chegou a ter 100 pares da marca, mas se desfez de quase tudo por falta de espaço
O ano é 1985, o presidente, recém-eleito, é Tancredo Neves e a moeda é o cruzeiro. Maria Jurema Rocha, uma adolescente de 17 anos, pega seu primeiro salário e faz o que todo jovem faz: gasta em algo desejado há muito tempo e que não faria tanta falta assim, caso não tivesse naquele momento.
O objeto de desejo de Jurema foi um Converse All Star bege. O calçado da marca americana, que é um ícone entre os jovens e atravessa gerações, era um objeto de desejo de Jurema há tempos. “Foi paixão à primeira vista com o All Star, e nem era o meu, era de uma prima”. Quando pode, ela comprou um igual.
Desde então, Jurema não parou mais de comprar All Star. Até alguns anos atrás, ela tinha 100 pares da marca. “Tive que doar a maioria porque não tinha mais espaço em casa pra guardar”.
Mesmo com a dor no coração ela doou aquilo que fazia parte dela, um item que, de alguma forma, moldava e dizia muito sobre sua personalidade. “Na época fiquei com apenas quatro pares”.
Chama a atenção como o tênis com sola alta branca e bico branco, trações inconfundíveis do All Star, atravessa gerações. É um tênis que se popularizou pelos jovens durante, principalmente, os anos 80 e permaneceu indispensável para as pessoas da mesma faixa etária até hoje.
“O que mais me chama atenção é o simples fato All Star não ser uma tendência passageira”, diz Jurema.
O mais impressionante não é passar de geração em geração sendo tão popular, é conquistar usuários fiéis que amadurecem usando a marca, como a própria Jurema. A fidelidade é tanta que a professora já retomou a coleção e tem quase metade do que chegou a ter; agora são 40 pares.
“Se eu olhar e me apaixonar, certamente fará parte da minha coleção. Então, a tendência é ter novamente 100 pares ou mais”, admite a apaixonada.
Para ela não tem, necessariamente, relação com manter a juventude, as pessoas envelhecem, é o All Star que serve para todas as idades. “All Star é atemporal, lindo e versátil, independentemente da idade com certeza continuarei usando”.
A fama da professora é tanta que chegou a seus alunos. Ela guarda com carinho um par assinado por todos os alunos de uma turma que a presenteou em 2005. “Eles sabiam da minha paixão e tiveram a ideia linda de eternizar aquele momento num All Star”.
Mas quanto será que Jurema já gastou em todos esses tênis? Pra ela, pouco importa. “Eu não tenho noção de quanto gastei comprando meus All Stars. Só sei que todas as vezes que saio para comprar um calçado, acabo na maioria das vezes chegando com um novo par de All Star”.
Sobre seu primeiro All Star: “Não tenho mais. Usei tanto que ele não teve condições de resistir esses 38 anos (risos)”.
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