Com bebê e casa incendiada, salvação de Carol é banca de frutas
Após perder as roupas que vendia, seu 3º filho nasceu e encontrar um emprego fixo se tornou quase impossível
Desde setembro de 2022, a vida de Caroline da Silva mudou completamente com sua casa sendo incendiada e a chegada de seu filho mais novo. Na época, ela perdeu todas as roupas que vendia e por ter um bebê conta que encontrar emprego fixo deixou de ser uma possibilidade.
Após passar meses procurando por um serviço com carteira registrada, a vendedora ambulante conta que se viu sem saber o que fazer. Em meio às preocupações divididas com o esposo, sua mãe é quem deu a “salvação” ao sugerir que ela abrisse sua banquinha de frutas.
A enquete de sábado (28) do Campo Grande News trouxe a seguinte pergunta: 'Você já precisou recomeçar a vida/ trabalho do zero?'. 65% dos leitores responderam que sim, enquanto 35% optaram pelo não.
De início, Carol explica que ficou receosa em ir para as ruas, mas conversando com a mãe tomou coragem. “Ela vende MS Cap e deu a ideia porque um senhor costumava vender aqui na Três Barras, no Rita Vieira, mas ele saiu e as pessoas ficaram sem ter com quem comprar”.
Precisando perder a vergonha, ela começou a divulgar suas frutas em redes sociais e contar um pouco sobre sua história. Com isso, as ajudas começaram a aparecer em conjunto aos clientes.
Detalhando sobre sua narrativa, a vendedora explica que morava no bairro Cristo Redentor quando a sequência de acontecimentos surgiu. “Eu vendia roupas, tinha minhas clientes até que nossa casa pegou fogo. Teve um curto circuito e ninguém se machucou, mas acabou com tudo”.
Na época, Caroline recebeu ajuda para recuperar os itens básicos e, aos poucos, foi retomando a vida. “Muita gente me doou várias coisas e hoje acho que já estou recuperada do incêndio”, diz.
Por ter três filhos, ela comenta que voltar para o mercado de trabalho se tornou cada vez mais necessário. O problema é que as rejeições foram se somando a cada tentativa.
“Tenho dois filhos maiores que estudam, mas meu bebê é pequeno. As pessoas perguntam na entrevista quantos filhos tenho e quando conto do bebê acho que ficam com receio de dar problema, algo assim”, explica.
Com as respostas negativas, a sugestão da mãe foi a melhor solução e, agora, algumas mesinhas foram alocadas na Três Barras com a Rua Antônio Alves. “Vendo milho verde, abacaxi, melancia, pequi. Quero vender outras coisas mais para frente, mas por enquanto é isso porque estou começando”.
Ali, a vendedora fica de terça-feira até domingo durante a manhã e à tarde, sendo que segunda é o dia de comprar o necessário. “Estou gostando, tem dado certo e acho que agora não saio mais daqui”, brinca.
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