ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
JULHO, QUARTA  24    CAMPO GRANDE 28º

Comportamento

Com bebê e casa incendiada, salvação de Carol é banca de frutas

Após perder as roupas que vendia, seu 3º filho nasceu e encontrar um emprego fixo se tornou quase impossível

Aletheya Alves | 29/01/2023 07:40
Vender frutas foi o jeito que Caroline encontrou para recomeçar vida no trabalho. (Foto: Arquivo pessoal)
Vender frutas foi o jeito que Caroline encontrou para recomeçar vida no trabalho. (Foto: Arquivo pessoal)

Desde setembro de 2022, a vida de Caroline da Silva mudou completamente com sua casa sendo incendiada e a chegada de seu filho mais novo. Na época, ela perdeu todas as roupas que vendia e por ter um bebê conta que encontrar emprego fixo deixou de ser uma possibilidade.

Após passar meses procurando por um serviço com carteira registrada, a vendedora ambulante conta que se viu sem saber o que fazer. Em meio às preocupações divididas com o esposo, sua mãe é quem deu a “salvação” ao sugerir que ela abrisse sua banquinha de frutas.

A enquete de sábado (28) do Campo Grande News trouxe a seguinte pergunta: 'Você já precisou recomeçar a vida/ trabalho do zero?'. 65% dos leitores responderam que sim, enquanto 35% optaram pelo não.

De início, Carol explica que ficou receosa em ir para as ruas, mas conversando com a mãe tomou coragem. “Ela vende MS Cap e deu a ideia porque um senhor costumava vender aqui na Três Barras, no Rita Vieira, mas ele saiu e as pessoas ficaram sem ter com quem comprar”.

Incêndio destroiu casa e consumiu todos os produtos que seriam vendidos. (Foto: Arquivo pessoal)
Incêndio destroiu casa e consumiu todos os produtos que seriam vendidos. (Foto: Arquivo pessoal)

Precisando perder a vergonha, ela começou a divulgar suas frutas em redes sociais e contar um pouco sobre sua história. Com isso, as ajudas começaram a aparecer em conjunto aos clientes.

Detalhando sobre sua narrativa, a vendedora explica que morava no bairro Cristo Redentor quando a sequência de acontecimentos surgiu. “Eu vendia roupas, tinha minhas clientes até que nossa casa pegou fogo. Teve um curto circuito e ninguém se machucou, mas acabou com tudo”.

Na época, Caroline recebeu ajuda para recuperar os itens básicos e, aos poucos, foi retomando a vida. “Muita gente me doou várias coisas e hoje acho que já estou recuperada do incêndio”, diz.

Por ter três filhos, ela comenta que voltar para o mercado de trabalho se tornou cada vez mais necessário. O problema é que as rejeições foram se somando a cada tentativa.

Apesar de timidez inicial, ela conta que banquinha tem dado certo. (Foto: Arquivo pessoal)
Apesar de timidez inicial, ela conta que banquinha tem dado certo. (Foto: Arquivo pessoal)

“Tenho dois filhos maiores que estudam, mas meu bebê é pequeno. As pessoas perguntam na entrevista quantos filhos tenho e quando conto do bebê acho que ficam com receio de dar problema, algo assim”, explica.

Com as respostas negativas, a sugestão da mãe foi a melhor solução e, agora, algumas mesinhas foram alocadas na Três Barras com a Rua Antônio Alves. “Vendo milho verde, abacaxi, melancia, pequi. Quero vender outras coisas mais para frente, mas por enquanto é isso porque estou começando”.

Ali, a vendedora fica de terça-feira até domingo durante a manhã e à tarde, sendo que segunda é o dia de comprar o necessário. “Estou gostando, tem dado certo e acho que agora não saio mais daqui”, brinca.

Acompanhe o Lado B no Instagram @ladobcgoficial, Facebook e Twitter. Tem pauta para sugerir? Mande nas redes sociais ou no Direto das Ruas através do WhatsApp (67) 99669-9563 (chame aqui).

Nos siga no Google Notícias