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Comportamento

Com bonecas de pano, Cidinha sobreviveu às dores da fibromialgia

Artesã abriu loja ao lado de casa há dois meses para expor os produtos no Bairro Tiradentes

Aletheya Alves | 15/02/2022 15:38
Aparecida Nogueira Damaceno Costa, de 59 anos, com sua boneca de pano. (Foto: Kísie Ainoã)
Aparecida Nogueira Damaceno Costa, de 59 anos, com sua boneca de pano. (Foto: Kísie Ainoã)

Há cerca de nove anos, Aparecida Nogueira Damaceno Costa, de 59 anos, descobriu que tinha fibromialgia e devido às fortes dores, passou dias fechada em seu quarto com depressão. Foi só ao descobrir o artesanato de bonecas de pano que, nas suas palavras, conseguiu renascer.

Quando as dores começaram a se intensificar, a doença reumatológica que afeta a musculatura ainda não tinha sido diagnosticada. Cidinha explica que foi se desanimando e fechou uma loja de papelaria e utilidades por não conseguir atender os clientes.

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É uma dor muito forte, fui ficando triste e, na época, não sabia o que era. Fui ficando no quarto, fechei a loja e não via mais ninguém, até que uma amiga sugeriu que eu fizesse artesanato", conta.

Foi assim que as bonecas de pano entraram em sua vida, aos poucos. Ela conta que aprendeu com outra colega novas técnicas e os artesanatos mais simples foram se tornando complexos.

Hoje, a produção das bonecas passa por várias fases que vão desde o desenho das roupas até o processo de tratamento com produtos naturais. “Eu costuro manualmente algumas partes e faço com máquina em outras. Passo as roupas por escurecimento com café e cascas de cebola, isso para parecer mais antigo caso seja a ideia”.

Bonecas de Aparecida são costuradas à mão e por máquina. (Foto: Kísie Ainoã)
Bonecas de Aparecida são costuradas à mão e por máquina. (Foto: Kísie Ainoã)

Para sair de vez do quarto, Aparecida entrou na Associação de Artesãos de Mato Grosso do Sul e começou a participar de feiras. O problema foi que mesmo com acompanhamento médico e terapia, as dores não escolhem o momento certo para aparecer e a frequência em eventos precisou diminuir.

“Trabalhei em feira e agora, meus produtos também ficam em lojas de shopping, mas há dois meses, resolvi montar minha loja. No início, eu entrei mesmo em depressão e renasci de novo aqui, com a loja que eu gosto”, diz.

Por também ter osteoporose e artrose, ela precisou criar uma rotina que não fosse tão pesada e com a loja ao lado de casa, seu cotidiano é mais controlado. “Não consigo ficar muito tempo em pé, então, me sento para costurar e meu marido também me ajuda”.

Estilos das peças são variados e passam por processos diferentes. (Foto: Kísie Ainoã)
Estilos das peças são variados e passam por processos diferentes. (Foto: Kísie Ainoã)

Aprendendo a lidar com o próprio corpo, Cidinha explica que a tristeza costuma voltar a aparecer, mas que ao se lembrar do artesanato, consegue levantar mais uma vez. “Tem dias que eu não quero sair, aí lembro que tenho pessoas para atender, que preciso entregar os pedidos. Isso me faz feliz”, sintetiza.

Além das bonecas de pano, Aparecida também produz pesos de porta, bancos de bichinhos e artesanatos variados. Na loja, produtos de outras artesãs de Campo Grande também são expostos. Para adquirir os produtos, é possível ir até a loja, que fica localizada na Rua Marquês de Lavradio, 291, Bairro Tiradentes, ou entrar em contato pelo número (67) 99168-4428.

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