Com celebrações adiadas para domingo, nem São Jorge "segura" a covid
Pandemia fez celebrações ao dia do "santo guerreiro" ficarem para domingo; apesar disso, fé continua intacta
Para a comunidade anglicana, cristãos ortodoxos e religiosos de matriz africana, hoje se comemora o Dia de São Jorge. Considerado o "santo guerreiro" para os fiéis e Ogum (orixá, isto é, deus) das lutas para os umbandistas, Jorge da Capadócia foi capaz de eliminar o mais poderoso dragão da sua época com sua lança mortal – conforme a lenda se traduziu no tempo –, mas infelizmente não foi "capaz de barrar" o vírus da covid. Sendo assim, pelo segundo ano consecutivo, as celebrações tiveram que ser adiadas.
Em Campo Grande, a única igreja que leva o nome do santo fica no Centro – Igreja Sirian Ortodoxa São Jorge, na rua 14 de Julho – aproveitou o dia para fazer o seguinte aviso aos fiéis: "em decorrência da pandemia, neste ano faremos a missa no domingo do dia 25, às 9h. Ou seja, quinta e sexta-feira não teremos celebrações", assinou a nota escrita pelo monsenhor Antônio Nakkoud e compartilhada nas redes sociais. Portanto, fica o recado aos desavisados: orações só em casa.
Porém, isso não foi motivo de desânimo. Também pelas plataformas virtuais que os campo-grandenses puderam manifestar o apreço pelo protetor dos soldados, militares, ferramenteiros e ferroviários – e quem mais quiser.
"Andarei nesse dia, nessa noite, com meu corpo cercado, vigiado e protegido… Jorge sentou praça na cavalaria, e estou feliz porque também sou da sua companhia", escreveu a empresária e publicitária Anna Carolina Boaretto, 33 anos. Anexada a legenda, ela postou a foto de quando visitou a capital da Bahia, Salvador, em março deste ano. Por lá, assim como na cidade do Rio de Janeiro, o santo é padroeiro municipal.
Já a jornalista e umbandista Mariana Castelar, 36 anos, fez seus votos ao orixá à sua maneira: "Ogum é luta, batalha, conquista e é responsável pelos portais. Que neste dia em que se é lembrado, possamos sentir sua energia, sua força, para seguirmos firmes em nossas batalhas sem perder a fé em dias melhores", agradeceu.
Por sua vez, o antropólogo Guilherme Passamani aproveitou a ocasião para postar uma fotografia em que posa do alto do Castelo de São Jorge, na capital Lisboa, Portugal, onde atualmente se encontra em período de pós-doutorado. Ele, que é professor concursado do curso de Ciências Sociais da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), também é o umbandista de "carteirinha" que não se esquece de prestigiar a data ao querido orixá.
História – Não se sabe ao certo a veracidade histórica, porém o que se conhece é que Jorge da Capadócia era – além de preferido dos corintianos – um sofredor. Guarda pessoal de Diocleciano, o imperador responsável pela última e mais violenta perseguição aos cristãos no Império Romano, renunciou à vida de soldado pela fé em Cristo. Assim sendo, foi preso e virou mártir.
Seu gesto pode até ter sido "sagrado", mas não menos doloroso: amarrado a uma roda repleta de espadas, ele foi jogado num caldeirão com chumbo derretido.
São Jorge é um dos santos mais venerados no catolicismo, além de ser imortalizado na lenda em que mata o dragão com sua própria espada. Ainda, é um dos catorze santos auxiliares à Jesus Cristo.
A data do dia 23 de abril refere-se à sua morte, no ano de 303, na antiga região da Nicomédia, atualmente Ismide, Turquia.
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