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Comportamento

Com vídeo, médico alivia tensão da equipe dançando no hospital

Após descobrir Tik Tok, Sandro resolveu dançar para dar “up” no astral e motivar funcionários e pacientes a encararem pandemia

Alana Portela | 19/06/2020 06:39


Após descobrir o Tik Tok, o médico Sandro Trindade Benitez resolveu dançar no hospital para aliviar a tensão causada pela pandemia. Aos 45 anos, ele é nutrólogo e toxicologista, está na linha de frente, ajudando no combate ao coronavírus no Hospital Regional Rosa Pedrossian de Campo Grande.

“Muitos estão vivendo momentos de pavor, desde a equipe de limpeza até os médicos”, conta.  Oficial do Exército, Sandro também trabalha no Civitox (Centro Integrado de Vigilância Toxicológica), e quando a pandemia chegou na Capital, foi chamado para ajudar no Hospital Regional, local onde estão sendo tratados os casos de coronavírus.

De março até agora, Mato Grosso do Sul teve mais de quatro mil casos confirmados. Somente em Campo Grande, foram 876 casos e oito mortes pelo vírus. O momento é delicado e tem causado tensão em muita gente, principalmente naqueles que estão na linha de frente.

Desde 2019, Sandro passou a fazer vídeos voltados a área de nutrologia e toxicologia. “Tenho um programa e comecei a fazer vídeos para atingir o maior número possível de pessoas”, conta.

No início da pandemia, ele conheceu o Tik Tok, um aplicativo de mídia para criar e compartilhar vídeos curtos. “No começo, estava tranquilo no hospital e as meninas da enfermagem me perguntaram se conhecia o Tik Tok. Mostraram um vídeo de um médico dançando e falei duvido! Elas levantaram na hora e dançamos. A gravação foi feita no meu celular”, lembra.

O médico assistiu, mas não gostou do resultado da gravação. “Achei ridículo, não tive coragem de postar porque sou conhecido como médico e não como um cara que dança”.

Depois de mostrar o mesmo vídeo para dois amigos, Sandro decidiu publicar nas redes sociais. “Uma amiga de muitos anos tinha visto a gravação e disse que se postasse, seria bem-visto pela sociedade nesse momento de pandemia e se tivesse muitos comentários negativos, era só retirar, apagar a gravação”.

Não demorou muito para ganhar compartilhamentos e curtidas. “Nunca vi uma repercussão do jeito que teve. Foi bacana, tem que desestressar mesmo, vi que colegas médicos de outros estados e outros países estão fazendo também”, comenta. Parece uma tendência natural fugir, por alguns segundos, da rotina hospitalar, naturalmente estressante.

As danças são coreografadas, e o médico consegue fazer a equipe mostrar que tem gingado. A gravação dura em torno de 20 segundos, mas o tempo já é suficiente para melhorar o clima e motivar a turma.

Após a publicação do vídeo, ele organizou danças com a equipe do Pronto Socorro de Pediatria, na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo), com as meninas da limpeza do hospital e também com os acadêmicos do curso de Medicina da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul).  “Virou algo bacana, ainda mais nesse momento de muito estresse. Já pediram para ir em várias outras unidades de saúde”, diz.

Apesar da boa vontade, o médico também recebeu algumas críticas. Contudo, garante que não atrapalham em nada a rotina dos funcionários do hospital. “É um momento breve de descontração. É rápido, com o som do celular e quando faço levanta o astral do pessoal. Não vejo que estou fazendo coisa errada”, afirma.

Sandro pretende dar continuidade nas gravações sempre que alguma turma pedir e em datas comemorativas.

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