Cortejo de irmãos leva noivo até altar e emociona em cerimônia onde preto domina
Das madrinhas, à dama e mãe da noiva, no casamento de Mariana e Luís Guilherme todos usavam preto. A padronização de cores para os sete casais que cruzaram o corredor da Igreja Perpétuo Socorro não tinha relação alguma com o luto e sim com a elegância que a cor proporciona a todos que a vestem. O Lado B chegou até o casal pela peculiaridade do preto, mas foi conquistado pela entrada do noivo. Luís Guilherme tem outros três irmãos e depois que os pais morreram, cada um que casa é levado pelo trio até o altar.
O cortejo roubou a cena e trouxe emoção à entrada do noivo. "A gente perdeu o pai e a mãe muito cedo, minha família inteira é de São Paulo, então ficamos só nós quatro", explica o administrador Luís Guilherme Roque dos Santos, de 38 anos. Quando o primeiro deles se casou, uma tia se dispôs a entrar na igreja, mas eles chegaram a conclusão de que como sempre foram os quatro, era assim que iriam até o altar.
"Por que agora, na hora da alegria, a gente ia por um parente se sempre fomos nós? Não quisemos que uma outra pessoa ocupasse o lugar da nossa mãe", conta o noivo. O cortejo deixou Luís Guilherme no altar e ali ele se despediu dos irmãos. Dos quatro, ele foi o último a se casar e ainda tem um irmão solteiro. "A gente sempre foi muito unido e eu fiz questão que eles entrassem", ressalta.
Num misto de sentimentos, os abraços nos irmãos são envoltos em lágrimas. "Vai casando um, ele sai para construir uma família e a casa vai ficando vazia. A gente se despede deles como quem se despede dos pais para formar essa nova família", descreve Luís Guilherme.
Sobre o sentimento do dia, vivido 3 anos atrás, ele fala que passou tudo tão rápido, mas que é algo diferente e que vai levar para a vida toda.
No altar fica visível a escolha da noiva. Advogada por formação, a decoradora Mariana França sempre se vestiu de preto e não imaginava um colorido ali, no altar do seu casamento. "Eu não vejo nenhum empecilho na cor, deixa magro, elegante e a noiva assim, se destaca muito mais", diz.
Se a ideia, tendência que vem dos casamentos norte-americanos, é padronizar. Por que não o preto? Um colorido, na visão da noiva, não fica bem em todo tom de pele. "Se você exige, você deve patrocinar. E todo mundo tem um pretinho básico no armário e se não tem, é um investimento", avalia a noiva.
Foram sete casais de padrinhos, número restrito apenas àqueles que fizeram parte da história do casal e continuariam fazendo do altar adiante. Por ser um número ímpar, Mariana direcionou mulheres de um lado e homens de outro.
Cada madrinha, ao ser convidada para a função, recebeu uma fita branca para fazer um laço e adaptar a faixa como quisesse ao vestido. Defensora de que o casamento tem que ser a cara dos noivos, a decoradora diz que sua grande ousadia foi essa.
"Você tem que fazer aquilo que represente o casal de verdade", argumenta. O casamento foi clássico desde à decoração ao vestido da noiva. Todo branco e em destaque entre as madrinhas, até a daminha estava de preto. Outro ponto que contribuiu para a escolha da cor foi a combinação perfeita com os padrinhos, todos de terno e gravata pretos.
Na passadeira branca colocada no corredor, cada madrinha se sentia flutuando. Na fotografia o efeito também é de contraste. "Não pesquisei e nem busquei referência de nada, mas foi uma coisa tão acertada. A partir do tom mais neutro, você fica mais elegante. Eu queria uma coisa atemporal, de forma que com o passar dos anos, eu olhasse o álbum e dissesse que ainda assim eu me casaria daquele jeito".
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